Coronavírus: São João suspende consultas externas e cirurgias até ao final de Março

Temperatura corporal dos profissionais de saúde será medida duas vezes por turno. Hospital toma medidas para enfrentar coronavírus.

Foto
Hospital de São João combate vários casos de coronavírus Nelson Garrido

Até ao final de Março, todas as consultas externas e cirurgias no Hospital de São João estão suspensas. O centro hospitalar anunciou, esta quinta-feira, a adopção de um conjunto de medidas de contingência, alinhadas com as recomendações das autoridades de saúde nacionais e internacionais.

Apenas serão permitidas as actividades clínicas urgentes, cuja suspensão coloque em risco de vida do utente. A temperatura de todos os profissionais de saúde será controlada ao início e no final de cada turno. As consultas não presenciais devem ser privilegiadas, sempre que clinicamente adequado.

Estas novas medidas restringem o acesso da comunidade não profissional ao São João. Todas as pessoas têm de preencher um inquérito epidemiológico, seguido de um controlo da temperatura corporal. No edifício principal do São João, apenas serão admitidos elementos da comunidade médica.

Os doentes internados e respectivos familiares terão à sua disposição uma equipa de apoio psicológico. Esta ferramenta — que também abrange os profissionais de saúde — tem como objectivo tranquilizar “receios face à situação epidemiológica” que enfrentamos.

Em Portugal, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) actualizou esta quinta-feira o número de infectados, que registou o maior aumento num dia (19), ao passar de 59 para 78, dos quais 69 estão internados. A região Norte continua a ser a que regista o maior número de casos confirmados (44), seguida da Grande Lisboa (23) e das regiões Centro e do Algarve, ambas com cinco casos confirmados da doença.

O boletim divulgado hoje assinala também que há 133 casos a aguardar resultado laboratorial e 4923 contactos em vigilância, mais 1857 do que na quarta-feira. No total, desde o início da epidemia, a DGS registou 637 casos suspeitos.

O Conselho Nacional de Saúde Pública recomendou na quarta-feira que só devem ser encerradas escolas públicas ou privadas por determinação das autoridades de saúde.

A directora-geral da Saúde, Graça Freitas, considerou que esta recomendação “faz sentido” e que o encerramento de escolas será feito de forma casuística “analisando o risco, caso a caso, situação a situação”.

Várias universidades e outras escolas já decidiram suspender as actividades lectivas. As medidas já adoptadas em Portugal para conter a pandemia incluem, entre outras, a suspensão das ligações aéreas com a Itália, a suspensão ou condicionamento de visitas a hospitais, lares e prisões, e a realização de jogos de futebol sem público.