Benfica apresenta lucro de 104,2 milhões de euros no primeiro semestre 2019/2020
Venda de João Félix foi determinante para resultado dos encarnados.
O Benfica apresentou um resultado líquido de 104,2 milhões de euros (ME), revelou a SAD “encarnada” no Relatório e Contas enviado hoje à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
De acordo com aquele relatório, a SAD benfiquista revela que o exercício relativo ao primeiro semestre de 2019/2020 (entre 01 de Julho de 2019 e 31 de Dezembro de 2019) apresenta um resultado líquido de 104,2 ME, “uma melhoria em relação aos 14,1 ME registados na temporada anterior”, no que foi descrito como “o melhor desempenho de sempre” da SAD “encarnada”.
No documento, é revelado que em termos operacionais registaram-se 116,7 ME, valor que ultrapassa igualmente os 19,6 ME da época anterior.
Também o activo mereceu destaque por parte da SAD da Luz, que realçou o facto de este ter ultrapassado pela primeira vez os 600 ME, situando-se nos 608,7 ME, um aumento justificado com o registo do direito de uso do estádio nos activos tangíveis e pelo investimento realizado na equipa principal de futebol.
No Relatório e Contas consta ainda o aumento do passivo, actualmente cifrado em 383,3ME, que cresceu 20,7 ME em relação ao exercício anterior, enquanto a dívida líquida passou para os 45,8 ME, “o valor mais reduzido dos últimos anos”, segundo os “encarnados”.
“Estes resultados representam o melhor desempenho de sempre da Sociedade, os quais estão significativamente influenciados pela alienação dos direitos do jogador João Félix por um montante de 126 ME, a qual, após dedução dos encargos com a antecipação dos valores recebidos relativos a prestações futuras, dos gastos com serviços de intermediação e do valor líquido contabilístico do direito do atleta à data da alienação, gerou uma mais-valia de 108,2 ME”, pode ler-se no relatório.
No entanto, aquela SAD encara a alienação dos direitos de João Félix “como um facto extraordinário, que não deve ser acompanhado por um significativo incremento dos gastos operacionais ou pela criação de compromissos futuros que não são sustentáveis para a realidade económica em Portugal”, e acrescenta: “Este facto extraordinário deverá ser principalmente utilizado para resolver questões estruturantes, como são os casos dos investimentos na aquisição de atletas, a melhoria de infra-estruturas desportivas e a redução da dívida financeira contratualizada.”
A SAD benfiquista revela ainda que a transferência do jovem jogador permitiu superar os 137 ME em rendimentos da SAD com transacções de direitos de atletas, enquanto o resultado com transacções de direitos de atletas ascende a 124 ME, o que corresponde a crescimentos de 362,4% e 484,1%, respectivamente.
Já os rendimentos operacionais sem transacções de direitos de atletas ascendem a 101,9 milhões de euros, o que representa um crescimento de 8,8% (93,7 milhões de euros em 2018/19), resultantes das receitas com os camarotes, “executive seats”, “red pass premium”, rendas de espaço e visitas ao museu e estádio.
No total, o relatório revela que o rendimento da SAD foi superior a 244,3 ME (94,3% de aumento), superando, segundo os “encarnados”, “qualquer valor que, no passado, a Benfica SAD tenha obtido num semestre”.