Sporting perde em Famalicão e acentua crise

Derrota, terceiro lugar mais longe e Silas abandona o cargo de treinador. Sporting viveu noite conturbada, nesta terça-feira, num jogo que permitiu aos minhotos interromperem uma série de oito jogos sem vencer. E poderiam ter goleado.

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A reacção de Jovane ao golo do Famalicão LUSA/JOSE COELHO
Fábio Martins e Vietto em duelo
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Fábio Martins e Vietto em duelo LUSA/JOSE COELHO
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Coates celebra o golo do Sporting LUSA/JOSE COELHO
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Jogadores do Famalicão celebram o terceiro golo LUSA/JOSE COELHO
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Vietto depois de uma oportunidade falhada LUSA/JOSE COELHO

Não há forma de dizer que o mais importante para o Sporting, nesta terça-feira, era o desfecho do Famalicão-Sporting. Apesar de ter havido luta europeia no Minho, o futebol português, em geral, e o universo “leonino”, em particular, só têm, neste momento, olhos para uma notícia: a da transferência de Rúben Amorim para o Sporting.

O jovem técnico foi confirmado como novo treinador do clube lisboeta pelo próprio Silas, sendo contratado ao Sp. Braga. Os valores flutuam nas diferentes versões da imprensa nacional, mas parece haver duas correntes consistentes: a de o Sporting pagar 10 milhões de euros por Amorim ou a de pagar seis milhões, acrescentando passes de alguns jogadores. Num ou noutro molde, o Sporting pagará uma quantia incomum por um treinador, “roubando” o técnico do principal rival na luta pelo terceiro lugar.

Se o jogo de Famalicão seria para impressionar Rúben Amorim, o objectivo esteve longe de ser cumprido. O Sporting viajou até Famalicão e perdeu por 3-1, ficando já a quatro pontos do Sp. Braga, na luta pelo terceiro lugar. Já o Famalicão “usa” o Sporting para interromper uma série de oito jogos sem vencer e reentra na luta europeia.

No Minho, a entrada dos “leões” no jogo foi a pior possível. Com Eduardo no lugar de Wendel – sem que haja evidências de relação de causalidade –, a equipa entrou descompensada e “esticada” no terreno, havendo um espaço muito grande entre a linha defensiva e os médios de cobertura.

Provavelmente consciente dessa limitação “leonina” na transição defensiva, João Pedro Sousa tirou Fábio Martins do corredor e colocou-o nas costas de Martínez. E o português trabalhou muito bem entre linhas.

Aos 5’, o Sporting pecou por esse espaço concedido e Racic, numa bola a “pingar” à entrada da área, rematou forte, sem deixar cair. Tudo sem grande oposição. Aos 8’, o pecado do Sporting foi ainda mais evidente, com Fábio Martins a conduzir pela zona central, entre linhas, sem pressão de Battaglia e/ou Eduardo. De frente para os centrais, o português abriu calma e aprimoradamente para Diogo Gonçalves, que finalizou na direita.

Dois remates, dois golos. Antes dos dez minutos já o Sporting perdia frente a um Famalicão com uma grande reacção à perda da bola, com capacidade de circundar a área dos “leões” e sagaz na escolha da zona certa para ferir o adversário.

Dois remates tortos de Diogo Gonçalves e Walterson, novamente na desprotegida zona à frente dos centrais, e um outro de Gonçalves, mais tarde no jogo, faziam prever um descalabro “leonino”, mas a equipa acabou por tranquilizar-se, até pelo recuo dos minhotos, confortáveis com o resultado. O Sporting assumiu o controlo do jogo, com bola, mas os mais de 60% de posse não se traduziram numa exibição capaz e asfixiante na procura do golo.

Golo de bola parada

A equipa esteve algo apática, ainda que tenha tido duas boas oportunidades, no mesmo minuto, quando Sporar rematou no ar, em boa posição, e Vietto rematou contra Roderick, que salvou o Famalicão perto da linha de baliza.

Para além da estabilização e estancamento do jogo adversário, a única boa notícia da primeira parte surgiu já aos 45’. Pouco capaz em jogo corrido, o Sporting chegou ao empate numa bola parada, com cabeceamento de Coates após livre de Acuña.

Na segunda parte, esperava-se um Sporting enérgico e mais ligado ao jogo, mas nada disso se passou. A equipa voltou algo adormecida e os lances de perigo foram poucos e sem serem consequência de boas jogadas. Houve um remate de Jovane de fora da área, uma oportunidade flagrante desperdiçada por Vietto de forma bizarra, após um cruzamento largo de Acuña e pouco mais.

Mais eficaz, tal como na primeira parte, o Famalicão “matou” o jogo aos 66 minutos, aproveitando um contra-ataque. Uma perda de bola do Sporting na zona do meio-campo permitiu a Pedro Gonçalves conduzir, soltar para Diogo Gonçalves e o extremo, tirando Neto da frente com tremenda facilidade, finalizou perante Maximiano. “Dueto” entre Gonçalves, com Pedro a definir bem, como faz quase sempre – um dos destaques deste campeonato – e Diogo a finalizar com categoria. Anderson ainda falhou uma grande oportunidade aos 90’, isolado perante Maximiano, que salvou o Sporting de sofrer uma goleada embaraçosa.

O melhor que o Sporting conseguiu neste jogo foi somar alguns minutos de posse de bola na primeira parte, numa fase em que não pareceu correr riscos de sofrer golo. E isto, sendo o melhor que se passou nos “leões”, diz tudo sobre a exibição. E sobre o momento da equipa.

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