Fed baixa taxas de juro de referência para responder ao coronavírus

Líderes da Reserva Federal norte-americana não tomavam medida semelhante desde a crise de 2008. Países do G7 dizem que estão preparados para utilizar todos os instrumentos apropriados.

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Reuters/Leah Millis

A Reserva Federal dos Estados Unidos da América (Fed) decidiu esta terça-feira baixar a taxa de juro de referência da economia norte-americana em meio ponto percentual, naquele que foi o maior corte desde a crise financeira de 2008 e que foi votado por unanimidade numa reunião convocada de emergência.

“O coronavírus apresenta riscos crescentes para a actividade económica. À luz desses riscos e em apoio à consecução de suas metas máximas de emprego e estabilidade de preços, o [Fed] decidiu hoje reduzir o intervalo de metas para a taxa de fundos federais em 1/2 ponto percentual”, escreveu a Reserva Federal em comunicado.

Trata-se da maior descida de uma só vez desde 2008, e levará a taxa de juro de referência para um intervalo entre 1% e 1,25%.

De acordo com a imprensa norte-americana, os líderes do Fed votaram por unanimidade a favor da redução da taxa para ajudar a estabilizar a economia e os mercados financeiros à medida que o coronavírus se espalha pelo mundo.

Também reunidos esta terça-feira, o grupo dos sete países mais ricos do planeta (G7) anunciou estar pronto para “utilizar todos os instrumentos apropriados” para reduzir o impacto económico da epidemia do coronavírus e, em particular, a adoptar políticas “orçamentais”. “Os ministros das Finanças do G7 estão prontos para agir, incluindo adoptar medidas orçamentais se for apropriado para (…) apoiar a economia”, refere o comunicado publicado na sequência de uma conferência telefónica dos ministros das Finanças e dos bancos centrais do G7.

Os banqueiros centrais também prometem “continuar a cumprir os seus mandatos”, ou seja, “apoiar a estabilidade de preços e o crescimento económico, mantendo a resiliência do sistema financeiro”. Os ministros das Finanças e os banqueiros centrais do G7 disseram que “seguem cuidadosamente a epidemia de coronavírus de 2019 (Covid-19) e suas consequências nos mercados e condições económicas”. Também referem que estão “prontos para cooperar novamente em medidas oportunas e eficazes”. “Dadas as possíveis consequências do Covid-19 no crescimento global, reafirmamos o nosso compromisso de utilizar todas as ferramentas políticas apropriadas”, acrescentaram.

Os Estados Unidos presidem este ano ao grupo dos sete países mais ricos do planeta, que é integrado também pela Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão e Reino Unido.