PS repudia insultos racistas a Marega e aponta actos atentatórios da Constituição
José Luís Carneiro, secretário-geral adjunto do PS, considera que o incidente é “contra o valor do desporto”
O secretário-geral adjunto do PS repudiou esta segunda-feira os insultos racistas de que foi vítima o avançado do FC Porto Marega, no domingo, em Guimarães, salientando que estes actos atentam contra a Constituição e devem ter consequências. Estas posições foram transmitidas à agência Lusa pelo secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, em reacção à decisão do jogador do FC Porto Marega de abandonar o jogo com o Vitória de Guimarães, no domingo, depois de ter sido alvo de insultos racistas.
“Em nome do PS, repudio veementemente as ofensas verbais graves – muitos graves – que atentam contra a dignidade de Marega, desportista e cidadão exemplar. Estes comportamentos e atitudes são atentatórios do artigo 13.º da Constituição da República, que garante o princípio da igualdade entre todos os cidadãos”, referiu José Luís Carneiro.
O avançado Marega pediu para ser substituído, ao minuto 71 do jogo da 21.ª jornada da I Liga, entre o FC Porto e o Vitória de Guimarães, por ter ouvido cânticos e gritos racistas de adeptos da formação vimaranense, numa altura em que os “dragões” venciam por 2-1, resultado com que terminaria o encontro. Jogadores do FC Porto e também do Vitória de Guimarães tentaram demovê-lo, mas Marega mostrou-se irredutível na sua decisão de abandonar o jogo.
Para o secretário-geral adjunto do PS, o que se passou em Guimarães atenta “contra o valor do desporto”. “O desporto é uma linguagem universal e, como tal, é uma linguagem de diálogo intercultural e de inclusão. O expoente máximo dessa linguagem universal foi-nos concedido por aquele que é um símbolo do espírito da paz, da tolerância e do diálogo intercultural e inter-racial: Nelson Mandela”, considerou o “número dois” da direcção do PS.
José Luís Carneiro apontou depois que “as atitudes, comportamentos, gestos e ofensas verbais que ocorreram no domingo naquele jogo de futebol atentam contra os valores fundamentais da humanidade”. “Deve haver consequências e as instituições devem actuar”, acrescentou.