Doentes com hepatite C esperam entre dois e quatro meses por tratamento
Os hospitais mais pequenos, do interior do país, são os que registam maior atraso nos tratamentos dos doentes com hepatice C. Alguns esperam quatro meses.
A associação SOS Hepatites alertou esta sexta-feira para os atrasos nos tratamentos dos doentes com hepatite C nos hospitais mais pequenos, do interior do país. Os doentes chegam a ter de esperar quatro meses pela medicação.
“Está melhor do que estava há um ano, em que se esperava entre nove e 12 meses. Neste momento isso não acontece, mas mesmo assim ainda esperamos dois a quatro meses”, disse à agência Lusa Emília Rodrigues, da associação de doentes SOS Hepatites.
Apesar de a espera não afectar a eficácia do tratamento, a responsável lembra que “pode colocar em causa a saúde do doente, porque o fígado continua a degradar-se” e sublinha que, “mesmo estando curado da hepatite, o fígado pode continuar a degradar-se, quanto mais não tendo o medicamento”
Emília Rodrigues diz que os maiores atrasos acontecem nos hospitais mais pequenos, no interior do país, e recorda que desde finais de 2017 os pagamentos ficaram a cargo das administrações hospitalares (antes eram da responsabilidade da Administração Central do Sistema de Saúde). Acrescenta ainda que entende as “administrações hospitalares e a lei dos compromissos” mas que “o doente não pode sofrer por causa disso”.
A qualidade de vida destes doentes vai estar a ser debatida no sábado, no VII Congresso Nacional SOS Hepatites, que decorre na sede da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA), em Lisboa.
Desde 2015, quando Portugal assinou um acordo com a indústria farmacêutica para acesso aos medicamentos inovadores para tratamento da hepatite C, e até ao primeiro semestre do ano passado, já foram autorizados cerca de 25 mil tratamentos.