Depois de cinco “nãos”, navio com dois mil passageiros vai atracar no Camboja

Cinco países rejeitaram o navio devido ao receio de haver a bordo pessoas infectadas com coronavírus.

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O MS Westerdam transporta 2275 pessoas e está à deriva no Golfo da Tailândia Reuters/ANGELA JONES

O Camboja permitiu que um navio com mais de dois mil passageiros atraque na quinta-feira, depois de ter sido rejeitado em vários locais por receio de haver a bordo pessoas infectadas com coronavírus (Covid-19). A Tailândia foi o quinto país a recusar autorização.

O MS Westerdam transporta 2275 pessoas (passageiros e tripulação) e está no Golfo da Tailândia. Já tinha pedido permissão para atracar no Japão, em Taiwan, nas Filipinas e no território americano de Guam. 

A tripulação e os passageiros temiam ficar sem mantimentos.

Stephen Hansen, passageiro canadiano, disse ao The Guardian que “todos estão bem, embora ansiosos por uma solução”. O passageiro e a mulher iniciaram o cruzeiro a 16 de Janeiro, em Singapura, com destino a Yokohama.

“O dia-a-dia é o típico de um cruzeiro” e “não há restrições na movimentação ou na alimentação”, diz Hansen. Porém, o passageiro afirma que “cada rejeição faz aumentar a frustração e ansiedade” dos passageiros e teme que, caso não encontrem sítio para atracar em breve, o navio fique “sem comida, combustível e medicamentos”.

Hansen, natural de Vancouver, dá conta do “incrível trabalho da tripulação para manter um ambiente normal e os passageiros satisfeitos”. Embora alguns estejam “mais irritados”, o canadiano sente que os passageiros estão confiantes de que “tudo se vai resolver em breve”.

Não há casos confirmados de pessoas infectadas a bordo, mas o navio parou em Hong Kong há menos de duas semanas, durante o período de incubação do vírus, o que faz aumentar a preocupação.

O navio transporta 650 passageiros dos Estados Unidos, 271 do Canadá, 127 do Reino Unido e 91 da Holanda. Há também passageiros da Alemanha, China, Austrália e outros países.

O MS Westerdam não é o único cruzeiro com suspeitas de coronavírus. Também o navio Diamond Princess, que vai ficar em quarentena no porto de Yokohama, no Japão, até 19 de Fevereiro, tem mais infectados confirmados: 174.

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