Depois de Arroios ter sido considerado o “bairro mais cool do mundo” pela Time Out, agora é o Bonfim a entrar nos tops de tal demanda, desta feita limitada aos países europeus, seleccionada pela equipa do Guardian. Curiosamente, ainda que as duas listas se cruzem, por vezes, nas mesmas cidades, não partilham um único bairro entre os eleitos.
Quanto ao Bonfim, concentra o melhor de vários mundos: lojas independentes, galerias de arte, novos conceitos gastronómicos e os clássicos de sempre. A subida das rendas no centro histórico do Porto está a empurrar para o Bonfim “uma multidão jovem e criativa”, transformando aquele que outrora foi um dos “enclaves burgueses” da cidade num dos bairros mais interessantes do velho continente.
Menos turístico que a Baixa e próximo de Campanhã, principal estação de comboios e terminal de autocarros e de metro, não faltam argumentos para passar pelo Bonfim, garante a equipa do jornal The Guardian, que elege o bairro do Porto como sendo o quarto “mais do cool da Europa”.
Não há centros comerciais, aponta o jornal britânico, mas não faltam “lojas independentes e cool”, a maioria na Rua de Santo Ildefonso, assim como galerias e espaços ligados às artes. Entre as moradas sugeridas, estão a Queijaria Amaral, a livraria Inc. e a Patch, uma loja que alia o vintage e o contemporâneo, com peças de vestuário, papelaria, mobiliário, entre outros. Mas também a Senhora Presidenta, a Lehmann + Silva e a Salut au Monde!, inaugurada no início de 2019, dedicada à fotografia contemporânea e documental.
Se o turista estiver à procura de “vistas soberbas sobre o Douro”, então aconselham um passeio pelo Parque de Nova Sintra, apontando a “maravilhosa colecção de fontes antigas” do pequeno jardim, devolvido à cidade no início de 2018. Para passar a noite, sugerem as guesthouses myhomeinporto e Cocorico.
Depois há o comer. E não é que se coma mal em qualquer parte da cidade, mas “uma das alegrias da relativa exclusão do Bonfim do boom turístico do Porto é a infinidade de lugares da velha guarda” para escolher, escreve o jornal. A icónica sandes de pernil da Casa Guedes não falha a selecção (agora com segunda casa, a dois passos da tasca original), que engloba ainda “o camarão tigre grelhado ou a francesinha” do restaurante Madureira e o arroz de polvo da Casa Aleixo.
Mas têm aberto também novos espaços nos últimos anos, como o Pedro Limão, que serve “fine dining a preços justos” ou o vegetariano Árvore do Mundo. Além de bares e cafés que piscam o olho às novas tendências, como o Combi, o Bird of Passage ou o TerraPlana.
No topo dos “dez bairros mais cool da Europa” ficaram os impronunciáveis Järntorget e Långgatorna, em Gotemburgo, segunda cidade mais importante da Suécia; o Quarteirão Universitário de Bruxelas (Bélgica) e o antigo bairro de pescadores de Valência, El Cabanyal (Espanha). A lista fica completa com Neukölln, em Berlim (Alemanha); Powiśle, em Varsóvia (Polónia); Holešovice, em Praga (República Checa); Ostiense, em Roma (Itália); Dorćol, em Belgrado (Sérvia); e Quartier de la Réunion, em Paris (França).