Quatro meses depois, os estudantes vão voltar a sair à rua pelo clima. Há uma nova Greve Climática global marcada para 13 de Março — uma sexta-feira, como é habitual. Os organizadores convidam, mais uma vez, toda a população a participar, num momento em que “a janela de oportunidade está a fechar”.
Ainda a trabalhar no manifesto da greve, Noah Zino, da organização da Greve Climática Estudantil, adianta ao P3 algumas das reivindicações: “Atingir a neutralidade carbónica em 2030 e não em 2050; transição energética em 100% para energias renováveis; justiça climática para os mais afectados na transição energética e nas consequências da crise climática; reestruturação da rede de transportes públicos e requalificação da linha férrea.”
Na página de Facebook da Greve Climática Estudantil, onde foi feito o anúncio da nova greve, os organizadores exigem também a declaração de estado de emergência climática em Portugal, o “fim dos grandes projectos que contribuirão para aprofundar a crise climática”, como a construção do aeroporto do Montijo, as dragagens do Sado, as prospecções de gás e de lítio “que ameaçam metade do país”, escrevem.
Os jovens defendem que estes projectos “não são suficientemente planificados, nem integrantes de um crescimento sustentável”. “Temos uma década para reverter todo um século e continuamos longe de conseguir cumprir as metas europeias e internacionais, já de si insuficientes, para a neutralidade carbónica”, avisam.
Em Portugal, a última greve aconteceu a 29 de Novembro, poucos dias antes da passagem de Greta Thunberg por Lisboa e da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP25), em Madrid. Na altura, Alice Gato dizia ao P3 como já se sentia uma “intensificação de movimentos pela emergência climática, uma entreajuda internacional que não acontecia antes”, mas, sublinhou, “ainda há poucas medidas concretas para acabar com as alterações climáticas”. Que o 13 de Março seja um passo nessa direcção.