Avião que vai retirar cidadãos europeus de Wuhan parte hoje de Beja

Maior avião comercial do mundo, o A380, tem partida marcada do aeroporto de Beja para Paris às 10h da manhã desta quinta-feira.

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LUSA/NUNO VEIGA

A companhia aérea privada portuguesa Hi Fly vai iniciar na quinta-feira o repatriamento de cidadãos europeus desde Wuhan, a cidade chinesa onde eclodiu o surto do novo coronavírus, e os aviões fretados deverão partir do aeroporto de Beja, avançou esta quarta-feira o JN.

O resgate irá ser efectuado com aquele que é o maior avião comercial do mundo, o A380, que terá sido fretado a pedido do Governo francês com a missão de viajar até à China para resgatar cidadãos da União Europeia que correm risco de contágio pelo novo coronavírus, especificou a TVI24. 

Uma fonte aeronáutica confirmou ao PÚBLICO que este avião tem voo marcado para às 10h de quinta-feira do aeroporto de Beja para Paris, sem mais detalhes. O JN afirma que o avião fará uma primeira escala em Paris, onde entrarão cerca de três dezenas de operacionais, entre médicos, autoridades e técnicos de saúde. Daí partirá no dia seguinte para Hanoi, no Vietname, de onde deverá depois partir para aterrar já ao início da noite em Wuhan, cidade onde começou o surto do novo coronavírus. 

Fonte da tripulação que vai viajar neste voo confirmou também entretanto à Lusa que alguns elementos foram chamados para participar no voo e que a aeronave vai aterrar no Vietname, seguindo depois para a China. 

O aeroporto de Beja, a única infra-estrutura aeroportuária em Portugal com capacidade de acolher a maior aeronave comercial do mundo, tem ainda mais duas horas reservadas para outros voos, um igualmente com uma escala em França e o seguinte com escala em Bruxelas (Bélgica), de onde seguirá com destino ao Vietname. 

A Lusa contactou os ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Defesa Nacional, a Força Aérea Portuguesa, a ANA Aeroportos de Portugal e a companhia aérea Hi Fly, mas não conseguiu confirmar informações sobre quaisquer voos fretados.

O JN adianta ainda que questionou a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, sobre um eventual apoio das autoridades de saúde portuguesas, e que esta responsável terá afirmado que iria “enviar técnicos para explicar às tripulações portuguesas quais os comportamentos a adoptar” neste tipo de operação. Contactada pelo PÚBLICO, Graça Freitas não confirmou esta informação. “Limitei-me a dizer que as autoridades de saúde da zona poderiam ir lá eventualmente dar apoio e conselhos à tripulação, se isso for pedido”, afirmou.