Galp escolhe Espanha para investimentos de 2,2 mil milhões no solar

Petrolífera compra negócios do grupo ACS e garante carteira com 2,9 gigawatts de capacidade, o dobro da potência do leilão solar realizado pelo Governo no ano passado.

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A Galp destaca o facto de se tornar no maior produtor solar ibérico com este negócio LUSA/KHALED ELFIQI

A Galp anunciou esta terça-feira a aquisição de vários projectos de produção de energia solar fotovoltaica, num negócio de 2,2 mil milhões de euros.

O acordo alcançado com o grupo ACS permite à empresa liderada por Carlos Gomes da Silva juntar ao seu portefólio um conjunto de activos que representam uma capacidade instalada de 2,9 gigawatts (GW).

Segundo o comunicado enviado pela Galp à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), “o acordo inclui mais de 900 MW [megawatts] de capacidade de geração recentemente comissionada e um conjunto de projectos em diferentes estágios de desenvolvimento com instalação planeada até 2023”.

Todos estes projectos têm já “assegurado o respectivo acesso à rede” eléctrica, destaca a Galp.

É com esta “selecção de projectos de elevada qualidade, com retornos atractivos”, que a Galp diz suportar as suas “ambições estratégicas”, posicionando-se “como líder em solar PV [fotovoltaico] na Península Ibérica”.

Segundo a imprensa espanhola, o negócio irá permitir uma mais-valia de 300 milhões de euros à ACS.

A Galp optou por não participar no leilão solar realizado no ano passado, em que o Governo pôs a concurso cerca de metade da capacidade de injecção (1400 megawatts) que a empresa agora adquiriu.

A petrolífera controlada pela Amorim Energia (veículo onde, além da família Amorim, estão a Sonangol e Isabel dos Santos) refere que a transacção, “que inclui a aquisição, desenvolvimento e construção dos projectos”, tem um valor total de 2,2 mil milhões de euros até 2023.

A sua conclusão, “ainda sujeita a certas condições habituais”, é esperada no segundo trimestre de 2020. De acordo com a empresa, 450 milhões de euros serão pagos no momento de fecho, com 430 milhões a serem assumidos sob a forma de dívida de project finance.

“A Galp tenciona financiar os restantes desenvolvimentos no período 2020-23 em project finance e antecipa oportunidades para realizar uma potencial parceria para os negócios de renováveis”, acrescenta o comunicado.

Apesar deste negócio, a Galp adianta que o investimento líquido do grupo até 2022 irá manter-se em média em um ou 1,2 mil milhões de euros por ano, considerando “potenciais desinvestimentos” não especificados.

Citado no comunicado, o presidente da empresa, Gomes da Silva, sublinha que o acordo “irá reforçar a posição da Galp como uma empresa integrada de energia e representa um avanço significativo” no compromisso de “apoiar uma transição gradual para uma economia de baixo carbono”.

No ano passado, a Galp anunciou que na próxima década irá alocar dez a 15% dos seus investimentos em activos renováveis e novos negócios.

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