Aqueduto de Elvas com “selo” da UNESCO vai receber obras de dois milhões

Trabalhos vão decorrer ao longo de uma extensão de 270 metros, desde a zona do rossio de São Francisco até ao primeiro arco atravessado, na Estrada Municipal 372, conhecida localmente como a Estrada da Calçadinha.

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Nelson Garrido

O Aqueduto da Amoreira, em Elvas (Portalegre), classificado como Património Mundial pela UNESCO, vai ser alvo de obras de recuperação, num investimento de dois milhões de euros, disse esta segunda-feira à agência Lusa o presidente do município.

“O projecto está em revisão e assim que estiver terminado lançamos o concurso. Dado o volume do investimento, está sujeito a visto do Tribunal de Contas, mas tudo indica que a obra deverá começar em Setembro”, explicou Nuno Mocinha.

A primeira fase de intervenção no aqueduto, um dos monumentos classificados, juntamente com as fortificações abaluartadas de Elvas, como Património Mundial, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), em 2012, vai decorrer durante um ano.

Os trabalhos vão centra-se num comprimento de 270 metros, desde a zona do rossio de São Francisco até ao primeiro arco atravessado, na Estrada Municipal 372, conhecida localmente como a Estrada da Calçadinha.

“É uma questão de salvaguarda, porque esta zona onde vai decorrer a obra não é das que apresenta maior estado de degradação, mas é aquela, a existir alguma coisa, que pode provocar mais danos, uma vez que passa por cima de vias rodoviárias”, disse.

O Aqueduto da Amoreira, também classificado como monumento nacional, foi mandado construir por D. João III, em 1537. O monumento, cuja inauguração ocorreu em 1622, conta com uma extensão de cerca de oito quilómetros e comporta diversas galerias, que numa primeira zona são subterrâneas e ao nível do terreno são formadas por quatro arcadas sobrepostas, apoiadas em pilares quadrangulares e fortalecidas por contrafortes semicirculares, perfazendo uma altura de 31 metros.

O autarca adiantou que espera ter “a sorte” de aparecerem em Elvas empresas para realizar este projecto de recuperação, lembrando que, nos últimos tempos, “têm ficado desertos pelo país alguns concursos” para a realização de obras deste género.

“Este é um concurso que precisa de classificação especifica para concorrer, porque estamos a mexer em património, precisa de um determinado tipo de alvará para concorrer”, explicou.

Nuno Mocinha recordou ainda que, “há cerca de dois anos”, o município tomou conhecimento de que o Aqueduto da Amoreira é propriedade da autarquia e não do Ministério da Cultura, “uma prenda” que o município “não estava à espera”.