Nada parece bater certo em Scúru Fitchádu, o que bate certo com o mundo de hoje

Música de combate, indomesticável, que em vez do conforto das narrativas luso-tropicalistas, transporta tensões e conflitos. O português Marcus Veiga é Scúru Fitchádu e o seu desafio é o grito, o crioulo, o funaná, o punk, o acordeão, o ferro e o álbum Un Kuza Runhu .

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Rui Gaudêncio

Não é só o que diz, é a forma como o faz, impetuosa, com a música serpenteando de forma furiosa, inspirada nos ritmos cabo-verdianos do funaná que ouvia em casa dos pais, no poderio sónico do metal e nos métodos do hip-hop que experienciou com os amigos na escola ou na ética punk de expressar o que lhe vai na alma. Scúru Fitchádu é uma ideia desenvolvida por Marcus Veiga, que programa, produz, canta, toca concertina e ferrinho, o instrumento de Cabo Verde que consiste numa barra de metal friccionada por um outro objecto de metal. Ou como ele diz: “Grito em crioulo, não sei um acorde, mas tenho umas coisas para dizer, enquanto toco ferro com uma faca.”

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