Petróleo atinge 70 dólares por barril com subida da tensão no Médio Oriente
Brent, que serve de referência à economia portuguesa, valorizou 1,66% em Londres. Em Nova Iorque, petróleo atingiu o valor mais elevado desde Abril passado
O ataque aéreo norte-americano que matou o general militar iraniano Qassem Soleimani na sexta-feira passada no Iraque e a mais recente ameaça de Donald Trump de impor sanções a Bagdad, após o governo iraquiano ter pedido às tropas estrangeiras para saírem do país, não param de empurrar as cotações do petróleo nos mercados internacionais.
Esta segunda-feira, 6 de Janeiro, a cotação da matéria-prima voltou a subir, elevando o preço Brent acima dos 70 dólares. Os contratos futuros do crude do Mar do Norte (os que têm referência para Portugal), negociados na praça de Londres, atingiram 70,74 dólares por barril (63,36 euros ao câmbio actual), elevando-se 1,66% acima do valor com que iniciou a negociação esta manhã, nos 69,74 dólares. Seguia esta nos 69,36 dólares.
Nos EUA, o West Texas Intermediate avançou, por seu turno, 1,38% esta manhã, tocando nos 64,72 dólares, o montante mais elevado desde Abril passado, de acordo com os dados da Reuters. Durante a tarde, a cotação dos contratos futuros de WTI seguiam a 63,59 dólares.
Desde o ataque dos EUA na sexta-feira passada, o petróleo já valorizou mais 3%, reflectindo a preocupação dos mercados com a escalada do conflito naquela zona do Médio Oriente e possível impacto no fornecimento mundial de petróleo.
A região representa quase metade da produção mundial da matéria-prima, passando pelo estreito de Ormuz um quinto do transporte marítimo de petróleo mundial, contabiliza a agencia de notícias.
Em reacção ao pedido de Bagdad para que os EUA, assim como outras tropas estrangeiras, se retirassem do Iraque, o presidente norte-americano veio este domingo ameaçar impor sanções ao Iraque – o segundo maior produtor membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
Na frente da produção petrolífera saudita, potencial beneficiadora, como fornecedora, do agravar de um conflito entre os EUA e Irão e da subida de tensão com o Iraque, a cotação da Saudi Aramco está contudo a recuar esta manhã, negociando as acções 1% abaixo do fecho da última sessão, e no valor mais baixo desde que foi realizada a oferta pública inicial, (IPO, na sigla inglesa), a 11 de Dezembro passado (34,45 riais sauditas ou 8,12 euros ao câmbio actual). Nessa altura, a companhia recebeu uma avaliação de 1,7 biliões (milhões de milhões) de dólares, o que a torna a empresa mais valiosa do mundo cotada em bolsa.
A evolução, avança como explicação a Reuters, pode ser já antecipação de receios nos mercados com potenciais represálias iranianas às instalações da petrolífera pública da Arábia Saudita, aliada dos EUA na região.
Actualizadas cotações do petróleo às 17:25