Índia já prepara uma nova missão à Lua

Em Setembro, a Índia não conseguiu pousar no pólo Sul da Lua. Esta semana, anunciou os planos para uma nova missão ao nosso satélite natural.

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Kailasavadivoo Sivan, presidente da Organização de Investigação Espacial da Índia JAGADEESH NV/EPA

Poucos meses depois de ter falhado uma alunagem, a Índia aprovou a sua terceira missão à Lua, anunciou a agência espacial indiana esta quarta-feira. Possivelmente, a missão será lançada ainda este ano. Esta é assim mais uma tentativa para se tornar uma potência espacial de baixo custo. 

A Chandrayaan-3 – o nome da nova missão – terá um módulo de aterragem e um rover. Contudo, não será composta por um veículo orbital como a Chandrayaan-2, afirmou aos jornalistas Kailasavadivoo Sivan, presidente da Organização de Investigação Espacial da Índia (ISRO), em Bengalore (Índia), onde fica o centro de controlo da ISRO.

Em Setembro, a missão Chandrayaan-2 conseguiu que uma sonda orbitasse a Lua e que enviasse dados científicos de volta para a Terra. Contudo, já não foi capaz que o rover aterrasse com sucesso na superfície da Lua.

Nessa segunda missão, o objectivo era que esse veículo de exploração espacial alunasse no pólo Sul da Lua, o que nunca tinha sido feito até então. Pensa-se que essa região tenha água, pois as crateras nesse local não são muito afectadas pelas elevadas temperaturas provocadas pelo Sol. A ISRO esperava confirmar a presença de água em forma de gelo, que já tinha sido detectada numa missão de 2008.

A Chandrayaan-3 terá “uma configuração semelhante” à da missão anterior, disse Kailasavadivoo Sivan.

Até agora, apenas os Estados Unidos, a Rússia e a China aterraram na Lua. No início de Janeiro de 2019, o módulo chinês Chang’e-4 conseguiu pousar no lado oculto da Lua. Já em Abril do ano passado, Israel tentou também aterrar na Lua, mas não conseguiu.

Provavelmente, a terceira missão lunar da Índia será lançada em 2020 e irá custar menos do que a Chandrayaan-2, informou a agência indiana PTI na terça-feira, citando Jitendra Singh, ministro indiano para o departamento do espaço.

Por sua vez, Kailasavadivoo Sivan referiu ainda que a ISRO está a fazer “bons progressos” para a sua missão tripulada ao espaço prevista para o final de 2021. Adiantou também que quatro astronautas foram escolhidos para treinos que estão planeados para o final deste mês. Designado “Gaganyaan”, este projecto custará menos de 100 mil milhões de rupias (1,25 mil milhões de euros), anunciou o governo indiano em 2018.

A Índia tem vindo a desenvolver lançamentos e missões espaciais de baixo custo. Por exemplo, a sua missão a Marte em 2014 custou apenas cerca de 66 milhões de euros, menos do que o orçamento do filme Gravidade, que aborda o espaço. 

Kailasavadivoo Sivan também anunciou que a ISRO iniciou o processo de aquisição de terrenos para uma segunda base espacial na cidade portuária de Thoothukudi, no estado de Tamil Nadu, no Sul da Índia.