“Para a doutrina da Igreja, o encarniçamento médico é tão mau como a eutanásia”
O bispo do Porto reconhece que os deputados têm legitimidade jurídica e legal para legislar sobre a eutanásia, mas, e até porque “ninguém lê” os programas políticos dos partidos, D. Manuel Linda diz duvidar da legitimidade social dos deputados para abrir as portas à morte medicamente assistida.
Entraram no Parlamento três projectos para a legalização da eutanásia. Como é que a Igreja se irá posicionar neste debate?
A Igreja é 100% contra. E é-o, não por causa da autonomia das realidades terrestres, dos deputados que têm toda a autonomia para fazerem as leis que entenderem como justas, mas é-o enquanto defensora da dignidade humana. A eutanásia não é solução para nenhum problema. Quando a pessoa em situação de dificuldade, diz ‘eu quero morrer’, nós sabemos bem que o que a pessoa diz é que se sente sozinha, abandonada, empurrada para um hospital, onde os familiares não a vão ver, onde ninguém participa da sua dor. O é preciso são cuidados paliativos e são compromissos por parte das famílias e dos amigos para estarem com a pessoa que sofre fisicamente e psicologicamente. Matar essa pessoa…
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