O calendário solidário da U. Minho põe o alojamento estudantil (e os atletas) a nu
O calendário solidário da Associação Académica da Universidade do Minho deixa os atletas a nu para falar da falta de alojamento estudantil. As verbas angariadas revertem a favor do Fundo Social de Emergência.
O calendário solidário da Associação Académica da Universidade do Minho já teve num mês um vice-campeão olímpico, um campeão europeu de futsal, uma vice-campeã europeia de corta-mato (e a lista continua). Em 2020, os atletas estão de volta com um tema quente: a falta de alojamento estudantil.
Nuno Gonçalves, professor de judo da U. Minho, mentor da iniciativa e fotógrafo, retrata há cinco edições atletas (e equipas completas) de voleibol, canoagem, futebol americano, hóquei em patins, karaté — todos nus. “Os modelos retratados estão desabrigados, assim como os estudantes que se batem com dificuldades em encontrar casa”, lê-se, no comunicado enviado ao P3.
As três residências da Universidade do Minho estão “esgotadas” e as oito camas previstas pelo Plano Nacional de Alojamento para o Ensino Superior são insuficientes para um universo estudantil com quase 14 mil alunos deslocados, escreveu o P3 no início do ano lectivo, numa radiografia ao alojamento.
As verbas angariadas com a venda do calendário revertem, pelo quinto ano, a favor do Fundo Social de Emergência, que apoia estudantes com dificuldades financeiras.
O calendário vai estar à venda por cinco euros na sede da AAUM, nos gabinetes de apoio ao estudante e nos pavilhões desportivos e nas lojas do Sporting Clube de Braga. Segundo os responsáveis pela iniciativa, nas primeiras quatro edições e somando outros donativos, a associação académica depositou “na conta do Fundo Social de Emergência sensivelmente 20 mil euros”.