Brasil vence o prémio de “Fóssil Colossal” da COP25
O Brasil foi vencedor do “Fóssil Colossal” da 25.ª Conferência das Partes (COP25) da Convenção-Quadro das Nações Unidas. O prémio, atribuído pela Rede de Acção Climática (CAN, na sigla inglesa), distingue o país que pior se portou na cimeira. O país liderado por Jair Bolsonaro venceu competidores à altura, como os Estados Unidos (vencedor de vários Fóssil do Dia ao longo da COP25). Para a CAN, “realmente ultrapassou os outros na destruição do clima, em concreto no terreno e nas negociações, atacando e matando as mesmas pessoas que estão a proteger um ecossistema único: os povos indígenas”.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, é acusado de ter tentado “chantagear” os países ricos, para lhe dar dinheiro para proteger a Amazónia, e como isso não funcionou, assumiu comportamentos descritos como “bizarros”, como “bloquear a menção aos direitos humanos”, no texto sobre o Artigo 6 do Acordo de Paris, ou opondo-se à utilização do termo “emergência climática” no texto de conclusões da COP25.
“Que diferença faz um ano”, refere o comunicado da CAN, afirmando que o Brasil passou de ser um país elogiado pelo seu corte de emissões, a um “pária”, apenas onze mês após a entrada em funções do governo de Jair Bolsonaro.
Já os mais elogiados da COP25, para a CAN, e por isso vencedores do Raio [de Sol] do Ano, foram os jovens e os povos indígenas, pela luta que têm desenvolvido em defesa do planeta.