O Presidente norte-americano, Donald Trump, comentou esta quinta-feira, 12 de Dezembro, a escolha da Greta Thunberg como “Personalidade do Ano” pela revista Time, aconselhando a jovem sueca a controlar a “raiva” e ir ao cinema. A activista já respondeu, com ironia.
Embora felicitando a jovem por ter sido escolhida pela revista norte-americana, Donald Trump acrescentou considerar a escolha “ridícula”, numa declaração divulgada na rede social Twitter.
“Greta tem de aprender a controlar a sua raiva e ir ver um bom filme antigo com um(a) amigo(a)!”, disse. “Relaxa, Greta, relaxa!”, sublinhou o Presidente, que retirou os Estados Unidos do acordo climático de Paris e já tinha criticado Greta no passado.
A activista já respondeu, de uma forma que já tinha usado para reagir a declarações do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que esta semana a chamou “pirralha”, e mesmo de Donald Trump: alterando a sua biografia no Twitter. Greta autodefine-se agora como uma “adolescente a trabalhar no seu problema de controlo de raiva. Neste momento a relaxar e a ver um bom filme antiquado com um amigo”.
Thunberg foi escolhida esta quarta-feira, 11 de Dezembro, como “Personalidade do Ano” pela revista Time, que colocou na capa uma fotografia da jovem, tirada na costa portuguesa, sob o título “O Poder da Juventude”.
A jovem sueca ficou conhecida por ter dado início a um movimento global de combate às alterações climáticas. Em 2018, Greta – que tem 16 anos – faltou às aulas para acampar em frente do parlamento sueco, segurando uma placa onde se lia “Skolstrejk för klimatet” (“Greve escolar pelo clima”).
Nos 16 meses seguintes, falou com chefes de Estado nas Nações Unidos, reuniu-se com o Papa, zangou-se com o Presidente dos Estados Unidos e inspirou quatro milhões de pessoas a unirem-se à greve climática global a 20 de Setembro de 2019, naquela que se tornou a maior manifestação pelo clima da história.
Para a Time, Greta Thunberg “conseguiu criar uma mudança de atitude global”, organizando um movimento mundial que pede mudanças urgentes.
Donald Trump anunciou, em Junho de 2017, que os Estados Unidos iam abandonar o Acordo de Paris sobre as alterações climáticas assinado em 2015, explicando que a retirada visava “uma reafirmação da soberania”. Trump afirmou na altura que os EUA iriam “gastar uma fortuna” com o acordo sobre as alterações climáticas e que perderiam milhões de empregos.