Encontro de Pompeo e Netanyahu em Lisboa afecta o prestígio de Portugal, diz PCP
Partido Comunista defende que Governo português deveria aproveitar a presença “de um dos principais responsáveis pela tragédia do povo palestiniano” para proceder ao reconhecimento pleno do Estado da Palestina.
O PCP critica a realização em Portugal do encontro entre o secretário de Estado da Administração Trump, Michael Pompeo, e do ainda primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, em Lisboa, previsto para esta quarta-feira, considerando que, no actual contexto internacional, ser anfitrião dessa reunião “afecta gravemente o prestígio de Portugal no mundo”.
Em comunicado, os comunistas condenam em particular a decisão do Governo português de receber “figuras comprometidas com políticas e acções criminosas”, recordando o último bombardeamento e vaga de repressão de Israel contra o povo palestiniano, cuja responsabilidade principal atribuem a Benjamin Netanyahu.
“Nada obriga o Governo português a dar cobertura a um encontro em Portugal cujo conteúdo é previsível e profundamente negativo, nem a receber Benjamim Netanyahu, tanto mais quando este não está na plenitude das suas funções e se encontra a contas com a justiça”, lê-se no texto.
A Michael Pompeo, os comunistas apontam “inaceitáveis declarações” sobre a questão palestiniana, “em aberto desrespeito do direito internacional e das resoluções das Nações Unidas, nomeadamente quanto aos ilegais colonatos israelitas”.
Para o PCP, a presença de ambos em Lisboa é, assim, “profundamente contrária ao interesse nacional, aos preceitos constitucionais, aos valores da paz e da cooperação, comprometendo Portugal com as reiteradas violações do direito internacional de que ambos são protagonistas”.
Em vez de receber Benjamim Netanyahu, os comunistas defendem que o Governo português “deveria utilizar a presença, em viagem não oficial a Portugal, de um dos principais responsáveis pela tragédia do povo palestiniano para condenar a criminosa política do Governo israelita, afirmar o compromisso do Governo português com o direito internacional e as resoluções das Nações Unidas e os inalienáveis direitos nacionais do povo palestiniano, e proceder ao reconhecimento pleno do Estado da Palestina, tal como recomendado pela Assembleia da República.”