Carlos César: conflitos com Centeno dentro do Governo são “fumaça” e “efabulação”

Para o presidente do PS, é evidente que “todos os ministros gostariam de ter mais meios”. Situações dessas são normais em fase de preparação do Orçamento do Estado.

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Carlos César com António Costa Francisco Romao Pereira

O presidente do PS considerou nesta quarta-feira mera “fumaça” a existência de tensões dentro do Governo por causa do próximo orçamento e contrapôs que são bem mais graves eventuais convergências desde o PSD ao PCP em matéria orçamental.

Esta posição foi transmitida por Carlos César no programa da TSF “Almoços grátis”, depois de questionado sobre o conflito entre os ministros da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e das Finanças, Mário Centeno, a propósito das verbas previstas para as forças de segurança no Orçamento do Estado para 2020.

“Como presidente do PS, participo nas reuniões de coordenação política e digo que não há fogo [dentro do Governo], apenas alguma fumaça”, respondeu o ex-líder da bancada socialista.

Carlos César classificou depois o alegado conflito entre os ministros Eduardo Cabrita e Mário Centeno como uma “efabulação, um enredo artificial e sem consequências”, alegando que “nunca nenhum Governo funcionou sem uma tensão entre meios pretendidos e recursos disponíveis”.

“É evidente que todos os ministros gostariam de ter mais meios. Situações dessas são normais em trabalhos preparativos dos orçamentos e, portanto, não haverá consequências políticas, até porque cabe ao primeiro-ministro [António Costa] definir onde se aplicam os recursos disponíveis”, defendeu o presidente do PS.

De acordo com Carlos César, a fonte de maior “indefinição” em termos orçamentais e que pode gerar “males maiores” relaciona-se com as negociações entre o Governo e os outros partidos.

“Aí sim, com os partidos parlamentares pode haver um conflito de prioridades”, indicou o presidente do PS, apontando como exemplo o facto de poder assistir-se dentro em breve a uma convergência “desde o PCP ao PSD” para a descida do IVA da energia.

“Uma medida que teria pouco impacto na factura dos contribuintes mas que, no seu conjunto, poderia custar entre 700 e 800 milhões de euros - um montante essencial para reforçar o investimento na saúde no próximo ano. O problema pode estar antes nos partidos que ultrapassam a fronteira da responsabilidade”, acrescentou.