Aliança “activa e indispensável” para a segurança europeia

Chefe da diplomacia portuguesa destaca três aspectos fundamentais para a reunião magna da NATO que hoje começa em Londres.

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Santos Silva e a NATO: "Não alimentamos qualquer ambiguidade" REUTERS/Andres Stapff

Portugal compreende a intenção do Presidente francês ao declarar a NATO em “morte cerebral”, mas também considera que a forma como o fez foi “exagerada” e, de alguma maneira, “injusta”. Para o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros português, a Aliança Atlântica continua “activa e indispensável para a segurança e a defesa do Atlântico Norte e para a projecção de estabilidade internacional”.

O chefe da diplomacia portuguesa destaca três aspectos fundamentais para a reunião magna da Aliança que hoje começa em Londres. Um de natureza “celebratória”, que considera fundamental. “A celebração tem um efeito político muito importante, a cerimónia servirá para afirmar mais uma vez que esta é a organização de defesa colectiva das democracias do Atlântico Norte”, e continua a ser, acrescenta o ministro, “a melhor expressão da comunidade transatlântica”. E, para que não haja qualquer dúvida, Santos Silva lembra que a posição portuguesa em relação à NATO não padece de qualquer falta de clareza no debate que hoje se trava em torno da defesa europeia: “O reforço da defesa europeia é o reforço do pilar europeu da NATO – não alimentamos qualquer ambiguidade.”

A segunda dimensão relevante, segundo o ministro, é avaliação do ambiente estratégico em que a NATO se move. Portugal entende que o terrorismo internacional é a “principal ameaça existencial” às democracias europeias. E entende também que se deve manter com a Rússia um “diálogo político conjugado com firmeza na dissuasão”. Finalmente, é preciso levar em conta, como pretendem os americanos, os desafios geopolíticos que a ascensão da China possa colocar, “mas a China não deve ser definida como uma ameaça à NATO”. Curiosamente, nesta definição de prioridades estratégicas, a posição portuguesa volta a aproximar-se da França.

O “terceiro andamento” da cimeira de Londres diz respeito ao chamado “burden sharing” – quem paga o quê. Portugal deu o seu acordo à proposta apresentada pelo secretário-geral de reduzir o montante da participação dos EUA para o funcionamento corrente da organização dos actuais 22% para 16%, aumentado o da Alemanha de 13 para 16% e cobrindo os outros aliados a parte que falta preencher. Portugal já anunciou que aumentará a sua participação no montante que lhe vier a caber.

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