China proíbe entrada de navios da Marinha dos EUA em Hong Kong
Governo de Pequim também vai aplicar sanções a várias ONG norte-americanas como retaliação pela aprovação de uma lei sobre os direitos humanos na metrópole.
A China proibiu a entrada de navios e aviões militares norte-americanos em Hong Kong em retaliação à aprovação de uma lei pelo Congresso dos EUA vista por Pequim como um sinal de apoio aos protestos na cidade.
“Apelamos aos EUA para corrigirem os erros e pararem de interferir nos nossos assuntos internos”, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying, numa conferência de imprensa. “A China vai tomar mais decisões, se necessário, para garantir a estabilidade e prosperidade de Hong Kong e a soberania da China”, acrescentou.
Apesar de China e EUA não serem aliados militares, vigorava um entendimento existente ainda antes da transferência de Hong Kong do Reino Unido para a China que permitia a visita de navios de guerra norte-americanos à cidade para actividades de manutenção.
O Governo chinês também anunciou que pretende aplicar sanções a várias organizações não-governamentais que responsabilizam por estarem a encorajar os manifestantes em Hong Kong a “perpetrar actos extremistas, violentos e criminosos”.
Entre as organizações visadas estão o National Endowment for Democracy, a Freedom House e a Human Rights Watch. A actividade das organizações estrangeiras na China é há já vários anos altamente restringida pelo Governo de Pequim, que as encara com extrema desconfiança.
“Têm parte da responsabilidade pelo caos em Hong Kong e devem ser punidas e pagar o preço”, afirmou Hua, depois de apresentar as medidas.
As iniciativas do Governo chinês são uma resposta à aprovação na semana passada pelo Congresso norte-americano de uma lei que obriga o Departamento de Estado a avaliar todos os anos o estado dos direitos humanos e da democracia em Hong Kong – caso não esteja a um nível considerado satisfatório, Washington pode avançar para sanções.