A cerveja da 8.ª Colina já é vizinha do Marquês de Pombal
A cervejeira artesanal abriu as portas da 8ª Marquês, um misto entre restaurante e bar de cerveja na Avenida Duque de Loulé, em Lisboa.
Há um ano havia O Antigo Talho, um restaurante e loja vegana de João Manzarra. Antes disso, como o nome indicava, o espaço da Avenida Duque de Loulé era ocupado por um talho, e, no andar de cima, a casa do talhante e da família. Agora, no número 85 da avenida lisboeta está instalado o 8.ª Marquês, um híbrido de restaurante e taproom, ou seja, bar de cerveja, da 8.ª Colina, a cervejaria artesanal da Graça em funcionamento desde 2015. Depois de quase um mês em soft opening, tem inauguração marcada para este sábado.
Segundo Pedro Romão, sócio da 8.ª Colina e um dos responsáveis pela comunicação da marca, não querem, de todo, substituir o bar que já tinham, desde 2018, na Graça – até porque o número da porta da Rua Damasceno Monteiro não poderia ser mais indicado para eles, é o 8A. Mesmo que tenham mais torneiras, 14 em vez das dez do outro espaço, querem explorar sobretudo a parte de restaurante, que também existe na Graça, mas com uma cozinha muito mais limitada.
“É uma necessidade que existe, levar a cerveja à mesa com seriedade”, declara à Fugas. Neste novo sítio, os preços são ligeiramente mais caros, com uma diferença de 10 cêntimos, mantendo-se o copo pequeno de Vila Maria, a blonde ale básica da marca, a 2€. A ideia é até que, no futuro, o outro bar, hoje conhecido como Taproom 8.ª Colina, mude de nome para 8.ª Graça.
Os almoços são um dos focos principais do espaço de três andares, que tem o bar com algumas mesas no piso por onde se entra, em cima a cozinha e as mesas de almoço e jantar e em baixo as casas de banho – setas feitas à mão pelo Halfstudio indicam para onde ir. Nessa altura do dia, o menu elaborado por Thomas Mancini, que já era responsável pela comida na Graça, é mais extenso. Os pratos andam à volta dos 8-8,50€. “As pessoas não estão à espera de gastar 20 euros todos os dias num almoço”, explica Carlos Beites, que trata dos bares da cervejeira.
“É um menu mais completo, com dois pratos de cada estilo: dois vegetarianos, dois de carnes vermelhas, dois de carne branca e dois de peixe”, diz, adicionando que os preços possibilitam “que as pessoas consigam comer e beber” por “à volta de dez euros”. “Há quem coma um preguinho, que tem bife e batatas fritas, beba uma cerveja e uma mini-sobremesa com café e [a conta] fique abaixo dos dez euros”, afirma. Alguns dos pratos contêm cerveja na confecção, e há harmonizações com cerveja recomendada para todos os eles.
Os almoços começam quando a casa abre, ao meio-dia, e acabam às 14h30, sendo a hora de jantar entre as 19h30 e as 22h30. Fora desses horários, é possível pedir petiscos como bao (de bacalhau fresco com molho tártaro) ou croquetes, avisa Pedro Romão. Ao contrário do que acontecia com o ocupante anterior da casa, ainda não há pratos veganos. Mesmo as ofertas vegetarianas levam leite e ovos. É algo que, com o tempo, garante Pedro Romão, há-de acontecer, até porque, no espaço de sensivelmente um mês desde que o espaço está aberto, já houve muitas pessoas a pedirem tais alternativas.
Para a festa de abertura estão guardados barris especiais, de raridades ou cervejas que saíram de circulação. Fora disso, haverá um pack à venda com garrafas das três colaborações anuais que a cervejeira fez, até à data, com a marca de vinhos madeirenses Justino's Madeira Wines: Plantageneta, uma barleywine, Falstaff, uma wheatwine, e Bardolfo, a novidade deste ano, uma old ale, todas edições muito limitadas de cervejas muito alcoólicas envelhecidas em barricas antigas de vinho.
No menu das cervejas, a produção normal da cervejeira está contemplada. Poderá haver exclusivos, mas, admite Pedro, a capacidade da fábrica está a “rebentar pelas costuras” e “não sobra espaço para fazer coisas novas com a regularidade” que gostariam de ter. Ainda assim, a oferta, como já acontece na Graça, incluirá cervejas convidadas, portuguesas ou não, como, por estes dias, a britânica Northern Monk, de Leeds.