Já há imagens das jóias roubadas e dos ladrões em acção em Dresden

Autoridades continuam em busca dos autores do roubo de jóias no Cofre Verde de Dresden, na Alemanha.

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Algumas das jóias roubadas em Dresden dr

As autoridades de Dresden divulgaram imagens das jóias de valor histórico “incomensurável” roubadas do Cofre Verde, no histórico castelo-palácio Residenzschloss da cidade da Saxónia, e também revelaram o vídeo das câmaras de segurança que mostram os ladrões em acção.

“O Departamento de Polícia de Dresden publicou fotos de algumas das jóias roubadas do museu Grünes Gewölbe”, cuja tradução é Cofre Verde e que fica no palácio residencial da cidade, anunciava segunda-feira a Polícia da Saxónia na rede social Twitter. Também segunda-feira, em pleno rescaldo da operação criminosa que deu origem ao roubo que foi notícia em todo o mundo, a agência de notícias AFP e o diário Frankfurter Allgemeine divulgaram as imagens das câmaras de segurança em que são visíveis alguns dos alegados autores do furto. Munidos de lanternas e de martelos, é visível a sua tentativa de partir vitrinas.

O Frankfurter Allgemeine detalha esta terça-feira que o Cofre Verde, com as suas grades de ferro forjado e aço e os vidros reforçados resistiram, ainda que com danos evidentes, aos raides de bombardeiros em 1945, durante a Segunda Guerra Mundial. “Mas agora, uma dessas barras foi serrada, cortada de forma simples”, escreve o jornal com base no ponto de situação feito pela polícia no castelo ao final do dia de segunda-feira. “Este assalto é um caso muito especial”, disse o chefe da polícia local, Jörg Kubiessa.

A polícia procura agora testemunhas que tenham visto pessoas suspeitas nas imediações do museu e pistas sobre os objectos roubados. Para já, e segundo um comunicado das autoridades, sabe-se que os perpetradores partiram uma janela do edifício do museu, criado em 1723 por Augusto, o Forte, do lado da rua Sophien, e depois entraram, tendo partido também as vitrinas da Sala das Jóias com ajuda de uma marreta ou machado. “No final, roubaram várias jóias. No total, o acto demorou meros minutos”, diz a Polícia da Saxónia em comunicado.

Nas imagens de videovigilância — os ladrões terão tentado cortar o fornecimento de energia ao museu, mas o seu gerador auxiliar manteve as câmaras ligadas — são visíveis duas pessoas a entrar na sala pouco antes das 4h58 da manhã (hora local). A polícia foi, então, alertada e às 5h04 chegou ao local.

“De acordo com as provas, os ladrões escaparam do local num Audi A6. Um veículo idêntico foi incendiado num parque de estacionamento subterrâneo na rua Kötzschenbroder”, prosseguem as autoridades na mesma nota. A polícia acredita que outro fogo, perto da Ponte Augustus, e a cerca de 50 metros do palácio, está também relacionado com o roubo, e que há mais assaltantes do que os visíveis nos vídeos de vigilância. O diário espanhol ABC detalha ainda que esse incêndio, num transformador de electricidade, fez com que a iluminação pública das ruas circundantes do museu fosse abaixo e que ocultasse, assim, os ladrões na escuridão.

O caso está nas mãos de 20 investigadores especialmente destacados para a equipa que obteve o nome de código Epaulette, que significa “dragona” em português – as dragonas são as peças na ombreira dos uniformes militares.

Para já sabe-se que foram roubados três conjuntos de jóias do século XVIII com diamantes, usadas durante o reinado do francês Luís XIV, bem como uma espada cravejada de pedras preciosas, vários broches e medalhões e o colar de pérolas de uma rainha, cuja identidade o diário Frankfurter Allgemeine não especifica. Os conservadores do museu, um dos mais antigos do mundo, continuam a frisar que é difícil quantificar o valor das peças roubadas. A sua importância histórica, muito maior do que a material, é “incomensurável”, nas palavras de Marion Ackermann, directora dos museus públicos de Dresden.

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