Sismo na Albânia mata 21 pessoas e derruba edifícios em várias cidades
Este é o segundo grande tremor de terra a atingir a região em menos de dois meses e um dos mais fortes das últimas décadas.
Pelo menos 21 pessoas morreram na Albânia depois de o país ter sido atingido na madrugada desta terça-feira por um sismo de magnitude 6,4 na escala de Richter, noticia a Reuters. O abalo foi sentido às 4h (3h em Portugal) e fez com que vários edifícios se desmoronassem, deixando pessoas soterradas. Há registo de centenas de feridos.
O epicentro do sismo está localizado a 30 km da capital Tirana, a dez quilómetros de profundidade (considerado superficial), segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). A Albânia regista actividade sísmica com regularidade e este é o segundo sismo forte a atingir a região em menos de dois meses.
Dois porta-vozes do Governo disseram à Reuters que os maiores danos em edifícios foram registados em Durres. Na capital do país, a Reuters viu moradores a fugirem dos seus apartamentos, alguns deles com bebés nos braços. Há falhas eléctricas em alguns bairros de Tirana.
O Presidente da Albânia, Ilir Meta, disse que a situação era dramática, sobretudo na região de Thumane. “Estão a ser feitos todos os esforços para tirar as pessoas dos escombros”, afirmou, pedindo ajuda internacional. A ministra da Saúde albanesa, Ogerta Manastirliu, disse que havia pelo menos 600 pessoas feridas a receberem tratamento médico em Durres, Tirana e Thumane, havendo mais a chegar aos hospitais.
O jornalista da televisão albanesa A2TV Blendi Salaj conta ao PÚBLICO que teve de fugir de sua casa durante a madrugada com os seus filhos, um de oito anos e outro de quatro meses. “Tivemos uma manhã terrível, os abalos fortes antes das 4h fizeram com que fugíssemos de casa” na capital albanesa, diz, por email. “As pessoas foram para a rua e muitos edifícios ruíram perto do mar Adriático. A cidade portuária de Durres foi a mais afectada”, escreve. O jornalista diz ainda que pelo menos 41 pessoas foram retiradas dos escombros e que são muitas as pessoas que tentam salvar as outras dos destroços.
O facto de muitos edifícios serem antigos, e estruturalmente frágeis, em especial na cidade portuária de Durres, terá contribuído para a severidade dos estragos e para o grande número de vítimas, dizem especialistas em estruturas e sismos gregos, ouvidos pelo jornal Ekathimerini — a Grécia é um país vizinho, e preocupado com eventuais réplicas. “A falha geológica de Durres é um centro sísmico, cuja actividade é conhecida desde tempos antigos”, disse o geofísico Konstantinos Papazachos, da Universidade de Tessalónica. Frisa que os danos são atribuíveis sobretudo à má qualidade da construção. Por seu lado, a “Grécia não corre qualquer perigo”, assegurou.
Antes do abalo mais forte, houve uma série de sismos com menos magnitude e, nas últimas horas, houve mais de 100 réplicas. Segundo a BBC, o sismo foi sentido também em Itália e na cidade sérvia de Novi Sad, a mais de 600km de distância do epicentro. Na Bósnia, foi sentido um sismo de magnitude 5,4 na escala de Richter, com epicentro a cerca de 75km a sul da capital, Sarajevo, sem que se tenha notícia de danos ou ferimentos, diz a Reuters.
A 21 de Setembro, um sismo de magnitude 5,6 na escala de Richter abalou a Albânia, que é um dos mais pobres da Europa, causando estragos em cerca de 500 casas. Na altura, o Ministério da Defesa tinha dito que era o sismo mais forte a afectar a Albânia nos últimos 30 anos.