Deputados do PS querem uma estação dos CTT em todos os concelhos
Socialistas dizem que se está a assistir “a uma preocupante degradação do serviço prestado”.
O grupo parlamentar do PS entregou no Parlamento um projecto de resolução em que defende que todos os concelhos do país tenham pelo menos uma estação de CTT, “reabrindo as que foram encerradas nos concelhos que ficaram sem nenhuma”.
Os deputados socialistas defendem que “os CTT são uma referência de soberania e de integração, sendo um elemento central dos serviços públicos que um país deve conceder aos seus cidadãos”. Recordam ainda que, enquanto estiveram sob gestão pública, os Correios sempre tiveram “resultados muito relevantes, quer na perspectiva económica quer na óptica do serviço, funcionando sempre como um instrumento de coesão social e territorial”.
“Com a decisão do Governo PSD/CDS de privatização dos CTT e de entrega das responsabilidades públicas a privados de forma imponderada e lesiva dos interesses dos portugueses, assistimos a uma preocupante degradação do serviço prestado, ao encerramento de estações por todo o país e à diminuição do número de trabalhadores”, é dito no projecto de resolução.
Os socialistas acrescentam também que foi esta preocupação que levou o “regulador a emanar um conjunto de requisitos para o cumprimento cabal do contrato de concessão do serviço postal universal”, e o executivo do PS “a exigir requisitos mínimos para a prossecução do contrato de concessão, nomeadamente exigindo a existência de pelo menos uma estação de correio em todos os concelhos do país”.
Recordando que o presidente da comissão executiva dos CTT garantiu que a empresa não iria encerrar mais estações e que as iria reabrir nos concelhos que ficaram privados de qualquer balcão, o grupo parlamentar do PS reconhece que tal foi encarado “como uma nova fase do relacionamento entre os CTT e o povo português”. No entanto, os deputados dizem ser indispensável “salvaguardar que a prestação do serviço postal universal que continua no caminho de revalorização”.
“Nesse sentido, não esquecendo que no final de 2020 terminará a concessão deste serviço, cabe ao Governo garantir que, seja qual for o modelo a implementar, os CTT têm capacidade de assegurar a qualidade do serviço público universal e as populações são respeitadas na concretização deste serviço de proximidade”, defende o grupo parlamentar socialista.
A conferência de líderes agendou para o dia 19 de Dezembro o debate de duas petições que pedem a reversão da privatização dos CTT, acompanhadas de dois projectos de lei do PCP e BE e um projecto de resolução do PEV todos com a mesma intenção.