CDS quer Ordem da Liberdade para quem participou no 25 de Novembro de 1975
“Todas as personalidades envolvidas” no movimento militar que pôs fim ao período revolucionário, em 1975, e opôs forças de esquerda, esquerda militar e os chamados “moderados”, devem receber essa distinção com a Ordem da Liberdade.
O CDS-PP propôs esta terça-feira que sejam homenageadas com a Ordem da Liberdade todas as personalidades envolvidas no 25 de Novembro de 1975 e que o Parlamento passe a fazer anualmente uma sessão evocativa da data.
Em declarações à agência Lusa, o deputado centrista Telmo Correia propôs que o Governo “faça um levantamento das personalidades envolvidas no 25 de Novembro e que não tenham recebido a Ordem da Liberdade”, para que essa distinção lhes seja atribuída, sejam militares ou civis, “em vida ou até a título póstumo”.
“Todas as personalidades envolvidas” no movimento militar que pôs fim ao período revolucionário, em 1975, e opôs forças de esquerda, esquerda militar e os chamados “moderados”, devem receber essa distinção com a Ordem da Liberdade, acrescentou.
“É a ordem adequada para as homenagear”, justificou.
Além disso, o CDS, único partido a comemorar nos últimos anos o 25 de Novembro, com um jantar, propõe igualmente que a Assembleia da República assinale a data com “uma sessão evocativa” da data que considera ser a data “consolidação da democracia”.
Não se trata de uma sessão solene, ao contrário do que acontece com o 25 de Abril, mas uma sessão que assinale a data que, nas palavras de Telmo Correia, representa “a consolidação da democracia portuguesa” no ano seguinte ao golpe dos capitães.
“O 25 de Novembro não foi um contra-25 de Abril. Antes pelo contrário, é o cumprimento do 25 de Abril, é o que garante cumprir a esperança que o 25 de Abril lançou de termos uma democracia pluralista, de tipo ocidental, com partidos democráticos, com liberdade de expressão. É uma data muito simbólica”, disse ainda.
O CDS vai, como habitualmente, propor na Assembleia da República um voto de saudação pelo 25 de Novembro.
Questionado sobre se o CDS não está a seguir a agenda política do Chega, partido de extrema-direita que elegeu um deputado nas legislativas e propôs que o 25 de Novembro seja comemorado com uma sessão solene, Telmo Correia sublinhou que os centristas têm vindo a assinalar a data há anos.
“É um bocadinho difícil chegarmos à conclusão que estamos a ir atrás de um partido que durante todo este tempo não existia, mas também digo, com todo o à vontade, que se há um outro partido que defende que o 25 de Novembro deve ser homenageado e deve ser uma data solene, só posso dizer bem-vindos, não tenho nada contra, antes pelo contrário”, afirmou.