Margarida Pão: Os clientes conquistam-se com pão e bolos artesanais
Mais do que uma pequena padaria, o número 48 da Rua Batalhão Caçadores 10, no centro da cidade de Aveiro, abriga um refúgio acolhedor.
Se for necessário apontar um exemplo para defender que as cafetarias e padarias não se medem aos palmos, a Margarida Pão aí está para comprovar a tese. Numa pequena sala, com apenas cinco mesas e cerca de uma dezena de cadeiras – mas acolhedora quanto baste – serve-se (e degusta-se) uma grande variedade de pães e bolos caseiros, que parecem ter já conquistado uma verdadeira legião de fãs. O segredo está no sabor genuíno, garante Luísa Sachetti, a proprietária do espaço Margarida Pão, situado no centro da cidade de Aveiro – mesmo ao lado do centro comercial Forum Aveiro. Do forno para as cestas, vão saindo pães de água, de trigo e centeio, de alfarroba, beterraba, batata doce e outras variedades mais. Sem esquecer os scones, que são outra das grandes estrelas da casa, juntamente com os bolos caseiros.
Decorada de forma mimosa, em tons pastel, a Margarida Pão está instalada no número 48 da Rua Batalhão Caçadores 10, espaço que outrora foi ocupado por uma loja de artesanato. Foi ali que Luísa Sacchetti decidiu dar forma ao seu desejo de abrir um negócio próprio. Depois de abandonar a carreira na banca, cansada do stress de um emprego naquele sector, andava à procura de um espaço para abrir uma casa de chá. “Passei nesta rua e encontrei esta loja, que tinha as dimensões perfeitas”, repara.
Tudo que por ali está tem o seu cunho pessoal – foi ela quem fez as toalhas e os panos, recuperou e pintou as cadeiras, mesas, móveis e candeeiros –, à semelhança do que acontece com a produção diária de pães, bolos e refeições (a Margarida Pão também serve almoços vegetarianos). “Sou eu que faço tudo. Preparo a massa na véspera e, de manhã, quando chego, moldo o pão e ligo o forno”, assegura. Tudo feito com ingredientes naturais e seleccionados, como é o caso da farinha que Luísa Sacchetti faz questão de adquirir na Moagem Carlos Valente, de Vale de Ílhavo, onde “a farinha ainda é moída nas pedras”.
Os clientes não param de entrar para comprar pão, scones ou bolos, e a culpa é dessa característica da qual Luísa não abre mão: “é tudo caseiro e natural; não é para ser um pão bonito para a foto, mas sim saboroso”. Sem aditivos, apenas com “fermento, água, sal e farinha”, afiança. E no caso dos pães de abóbora, beterraba, espinafres, ou de laranja, por exemplo, “os legumes são sempre triturados a cru e depois acrescentados à massa”, assegura.
Folares na Páscoa e bolo rei no Natal
A antiga bancária, actualmente com 42 anos, sente-se bem na pele de padeira e nesta altura já não se imagina a fazer outra coisa. “Apesar de ser exigente fisicamente, é um trabalho que me dá tranquilidade e prazer”, confessa, já depois de ter reparado que também se aventura a fazer folares na Páscoa e bolo rei no Natal. De forma mais assídua, vai cozinhando bolachas caseiras, rosas (massa folhada com maçã e canela), tortas, queques e miniaturas. “A ideia é ir variando com alguns destes produtos, para não estar sempre a servir a mesma coisa”, aponta. O mesmo acontece em relação ao pão. Há as variedades obrigatórias – nomeadamente o pão de água, trigo e centeio, alfarroba ou abóbora – às quais se juntam, regularmente, as opções de pão de limão, laranja e coco, leite, batata doce, passas, nozes e figos.
Na casa que Luísa Sachetti decidiu baptizar com um “nome que lhe é muito especial e querido” também se servem sumos naturais, batidos de fruta, limonada e granizados, para além do café, chá e leite. Os menus de almoço têm as opções da sopa do dia e o prato de refeição (lasanha de legumes, caril de legumes, raviolis com vegetais e quiches são alguns dos pratos fortes da casa). Tudo confeccionado pela própria Luísa Sacchetti e com a garantia de que “os produtos são o mais natural possível”. “Não me imagino a fazer as coisas de outra maneira e os clientes habituais da casa também vêm à procura disso”, argumenta. É por essa mesma razão que a proprietária da Margarida Pão não ousa pensar num espaço maior. “Tem de permanecer assim, para não perder a essência”, garante a gerente, padeira e cozinheira, que é também quem tem de servir às mesas.