Scorsese e Netflix — uma oferta que nem um goodfella pode recusar
O Irlandês é o primeiro Scorsese que não se estreia nos cinemas portugueses. Um preço a pagar para fazer um filme que uma indústria “nervosa” não quis. A Netflix atrai estrelas e autores, irrita salas e festivais e pode brilhar nos Óscares. O que é que a Netflix tem e não tem?
O Irlandês é a primeira longa-metragem de ficção de Martin Scorsese que não se estreará nos cinemas em Portugal. É a primeira vez nos seus 50 anos de carreira e isso torna O Irlandês um filme radicalmente Netflix. É um caso paradoxal, este em que só a Netflix permitiu que um épico americano fosse feito mas cuja consequência é a ausência dos cinemas em muitos países. A Netflix dá liberdade, preenche lacunas, enfurece exibidores e preocupa os independentes. “É uma contrapartida”, diz Scorsese, um preço a pagar - uma oferta que nem um “goodfella” pode recusar. O cinema está nervoso. “Já não se consegue voltar a pôr o génio na lâmpada”, avisa J.J. Abrams, realizador de blockbusters.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.