Jordão foi “muito mais que um dos melhores jogadores de futebol portugueses”

Família emite comunicado em que lembra o jogador e pintor. Não haverá lugar a exéquias por vontade de Jordão.

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Uma das imagens mais icónicas de Jordão: a 1 de Junho de 1980, a "Gazela de Benguela" celebra a conquista do título nacional para o Sporting após a vitória, em Alvalade, sobre a União de Leiria, por 3-0, na última jornada Luís Vasconcelos/Lusa
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Nesse Sporting-União de Leiria, num estádio lotado, inventam-se os lugares possíveis para ver os "leões" a conquistar o campeonato. Aqui, Jordão ameaça a baliza. Havia de marcar dois golos, e Manuel Fernandes o outro Luís Vasconcelos/Lusa
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Augusto Inácio (primeiro à esquerda), Manuel Fernandes (segundo), Artur (terceiro) e Jordão (ao centro), entre outros jogadores do plantel leonino, saúdam os adeptos antes de um Sporting-Benfica, em Alvalade, a 8 de Abril de 1979 Manuel Moura/Lusa
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Jordão disputa a bola noutro derby lisboeta, desta vez na Luz, a 6 de Maio de 1984 Fernando Baião/Lusa
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Uma das muitas noites europeias de Jordão: em Alvalade, frente ao Dínamo de Minsk, para a Taça UEFA, a 24 de Outubro de 1984 Manuel Moura/Lusa
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A cores, com a camisola da selecção nacional. O vermelho e o verde marcam a carreira de Jordão, que passou pelo Benfica, o Sporting, o Vitória de Setúbal e a selecção nacional. Adepto dos "leões", são estes que têm lugar de destaque na sua história Lusa
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Com a selecção portuguesa, antes de um jogo amigável contra a Jugoslávia, a 2 de Junho de 1984. Em cima: Eurico Gomes, Jordão, Lima Pereira, Eduardo Luís e João Pinto. Em baixo: Bento, Frasco, Fernando Gomes, Jaime Pacheco, Fernando Chalana e Carlos Manuel Guilherme Venâncio/Lusa
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Jordão disputa a bola com um adversário soviético, em Lisboa, a 13 de Novembro de 1983 Guilherme Venâncio/Lusa
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Entrevistado à chegada a Lisboa, a 24 de Junho de 1984, após o Campeonato Europeu, onde Portugal chegou à meias-finais. A selecção perderia aí com a França, num encontro em que Jordão marcou duas vezes, alimentando a esperança dos portugueses até aos últimos minutos do prolongamento Alfredo Cunha/Lusa
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Jordão colocaria um ponto final na carreira (onde também se regista uma passagem pelo Saragoça) após representar o Vitoria de Setúbal. Aqui, com Eurico Gomes e outros jogadores, momentos antes do jogo com o Penafiel, no Bonfim, a 9 de Janeiro de 1988 Guilherme Venâncio/Lusa

A família de Rui Jordão, antigo futebolista que morreu na sexta-feira, aos 67 anos, em consequência de problemas cardíacos, informou que “não haverá lugar a exéquias” por vontade do ex-jogador.

“Respeitando profundamente as suas intenções – sempre coerentes , não haverá lugar a exéquias. A cada um a sua homenagem pessoal, profissional ou pública”, refere o comunicado da família, tornado público este sábado.

Na nota à imprensa, a família lembra, mais do que o futebolista, o artista que foi, sublinhando que a narrativa de vida de Rui Jordão não terminou: “Tal como nunca terminam as narrativas daqueles que transcenderam as glórias mundanas, a favor da contemplação humanista.”

“Num momento em que a perda de um ente querido nos fragiliza, comove-nos, acima de tudo, o facto de percebermos que mais pessoas do que pensávamos sabem, na alma, que o Rui Jordão era  e sempre foi muito mais que um dos melhores jogadores de futebol portugueses do século XX”, acrescenta o comunicado.

O antigo jogador, natural de Benguela, Angola, destacou-se no Benfica, clube no qual iniciou a carreira, em 1971/72, e no Sporting, tendo disputado 43 jogos pela selecção portuguesa e marcado 15 golos, dois dos quais no Europeu de 1984, no qual Portugal foi eliminado nas meias-finais.

Jordão, que jogou também no Saragoça e no Vitória de Setúbal, onde terminou a carreira, em 1988/89, foi melhor marcador do campeonato português nas épocas 1975/76 e 1979/80, tendo conquistado seis títulos de campeão nacional, três Taças de Portugal e uma Supertaça portuguesa.