Bong Joon-ho: “Queria mostrar de maneira clara, mas emocionante, o abismo que existe entre quem tem dinheiro e quem não tem dinheiro”
Parasitas, a Palma de Ouro de Cannes 2019, é uma enorme colecção de bonecas russas à volta da desigualdade entre ricos e pobres, em tom de comédia-thriller-negra. Nada que nos surpreenda vinda do homem de A Criatura, Mother e Snowpiercer. Ou talvez sim.
Quase parece que Bong Joon-ho não estava à espera disto. O sul-coreano que entra por um salão espaçoso de um hotel de Locarno num dia sufocante de Agosto, com uma pequena ventoinha portátil a pilhas a refrescá-lo, tem mais ar de turista assoberbado do que de cineasta aclamado internacionalmente. E ri-se, muito, ao longo da conversa; desde logo quando evocamos, a abrir, a boutade que lançou em Cannes em Maio quando mostrou em competição o seu último filme, Parasitas. Sétima longa-metragem do realizador de A Criatura (2006) e Mother – Uma Força Única (2009), seria, nas palavras de Bong (Daegu, 1969), “um filme demasiado coreano” para ganhar a Palma de Ouro que ainda é o mais importante prémio de um festival de cinema.
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