São já 20 os produtores portugueses que têm ajudado a garrafeira da Mercadona a tornar-se “perfeita”. O grupo de supermercados tem estudado a preferência dos portugueses e, em conjunto com produtores vitivinícolas, tem desenhado vinhos da marca própria Mercadona, tais como Avareza, Castelo de Moinhos ou Meio Escudo.

Quando a Mercadona começou a estudar a primeira aventura fora de Espanha, em Junho de 2016, a empresa identificou dois maiores factores de sucesso: “qualidade” e “adaptação”. Isto, porque, apesar de a Mercadona ser a retalhista líder de mercado em Espanha, a empresa sabia que os portugueses têm hábitos de consumo e idiossincrasias muito próprias.

Por isso, dois anos antes da abertura da primeira loja Mercadona em Portugal, era fundado o Centro de Coinovação de Matosinhos. Este “macrolaboratório de ideias”, equipado com salas de degustação, produtos e cozinhas para sessões de participação com os “Chefes” – nome dado aos clientes da Mercadona – e liderado por 50 especialistas, tinha como objectivo estudar os gostos e preferências dos portugueses.

Depois de mais de 3000 sessões de trabalho com os “Chefes”, foram definidas as gamas da oferta de vinhos que deveriam estar presentes nos corredores dos supermercados. E depois foram feitos os contactos com as pessoas que mais percebem de vinhos portugueses: os próprios produtores nacionais.

“Para a Quinta do Crasto, a entrada da Mercadona em Portugal e a grande aposta efectuada nos produtos portugueses tem sido vista como muito positiva”, explica o administrador da Quinta do Crasto, Tomás Roquette, que ajudou a Mercadona a produzir o vinho “Meio Escudo”.

“ [Encarámos] a possibilidade de uma parceria com a Mercadona desde o início dos primeiros contactos, pela identificação com o modelo de trabalho que a Mercadona tem vindo a desenvolver. A perspectiva de colocação de produtos portugueses em Espanha, para além do desenvolvimento do negócio da Mercadona em Portugal, foram desde logo para nós um desafio altamente aliciante”, conclui Tomás Roquette.

Os portugueses são os maiores consumidores e produtores per capita de vinho no mundo, ultrapassando países tradicionalmente fortes no mercado vitivinícola como a França ou a Itália. No total, foram vendidos 5,5 milhões de hectolitros de vinho no mercado nacional em 2018, mais 5,4% do que no ano anterior. O que dá uma média de 62,1 litros por habitante acima dos 15 anos, segundo dados revelados pela Organização Internacional do Vinho, sediada em Paris.

Na Mercadona não existe “marca branca”, os produtores são sempre identificados nos rótulos e o grupo espanhol orgulha-se da sua filosofia de sustentabilidade. Entre 2016 e 2018 a empresa comprou 203 milhões de euros a fornecedores portugueses.

Desde Julho deste ano, já abriram quatro lojas Mercadona em território português: Gaia, Matosinhos, Maia e Gondomar. A quinta loja do grupo, em Barcelos, tem abertura prevista para quinta-feira, 26 de Setembro. O objectivo futuro será abrir até 150-200 estabelecimentos, entre os quais 70 na região norte.

Pode conhecer estes e outros produtos numa das quatro lojas já inauguradas em Portugal (Gaia, Maia, Matosinhos e Gondomar) e brevemente na loja de Barcelos.