Ministro da Agricultura critica Universidade de Coimbra por retirar carne de vaca
Capoulas Santos diz ser “amargo constatar” que a “centenária academia” foi permeável ao “populismo e à demagogia”.
O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, criticou nesta quinta-feira a decisão da Universidade de Coimbra de retirar das suas cantinas a carne de vaca.
Sem nunca se referir à Universidade de Coimbra, Capoulas Santos escreveu na sua conta pessoal no Facebook: “Não deixa de ser amargo constatar que até as vetustas paredes da centenária academia são permeáveis ao populismo e à demagogia. Sete séculos depois, o decreto ainda derrota a educação, que é a maior garantia da liberdade individual e, dentro desta, da liberdade de escolha informada.” O PÚBLICO confirmou com o gabinete do governante a autenticidade da publicação.
As críticas de Capoulas Santos contrariam afirmações feitas na quarta-feira pelo ministro do Ambiente, Matos Fernandes, que elogiou a decisão da universidade. “Parece-me relevante que uma universidade, neste caso a de Coimbra, tudo faça com o objectivo de ser neutra em carbono em 2030. Esta é uma medida, obviamente outras terão que lhe seguir”, disse Matos Fernandes.
O CDS tinha desafiado o ministro da Agricultura a dizer se concorda com o elogio do seu colega do Ambiente à decisão da Universidade de Coimbra de retirar a carne de vaca dos menus das suas cantinas. Em declarações à agência Lusa, a deputada Patrícia Fonseca, eleita e de novo candidata do CDS por Santarém, afirmou que a decisão do reitor, anunciada na terça-feira, é “um atentado à liberdade de escolha e ao mundo rural”.
Diversas associações agrícolas de criação de gado bovino vieram a público criticar a decisão do reitor da Universidade de Coimbra.
Também o deputado e cabeça de lista do PS por Beja acusou a Universidade de Coimbra de prestar “um mau serviço à coesão territorial” e ao mundo rural devido ao “populismo pseudo-ambiental” de eliminar a carne de vaca das cantinas. “O populismo pseudo-ambiental da Universidade de Coimbra (UC) prestou um mau serviço à coesão territorial e a uma sociedade com equilíbrios justamente distribuídos”, criticou Pedro do Carmo, candidato socialista às legislativas de 6 de Outubro.
Segundo o deputado do PS eleito pelo círculo de Beja nesta legislatura, em comunicado, a UC, “espaço de conhecimento e liberdade, resolveu embarcar no populismo da moda do ataque fácil ao mundo rural, sob a capa das preocupações ambientais”. “O que já foi espaço de liberdade apresentou-se, nesta questão, como espaço de proibição”, argumentou. com Lusa