Dominado fogo em Miranda do Corvo após “precipitação intensa no local”
Os incêndios de Valpaços, da Sertã e em Miranda do Corvo foram o que maiores preocupações causaram entre as 189 ocorrências detectadas nas últimas 24 horas, que obrigaram ao empenhamento de mais de sete mil operacionais.
O incêndio florestal que deflagrou na sexta-feira em Miranda do Corvo, no distrito de Coimbra, foi dominado este sábado, pelas 17 horas, após se ter registado “precipitação intensa no local”, avançou à Lusa fonte da Protecção Civil.
Destacando o “forte empenho de operacionais”, Paulo Santos, da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), disse que a “instabilidade atmosférica acabou por contribuir” no combate às chamas em Miranda do Corvo, com o fogo a ser dominado pelas 17h, depois de mais de 22 horas a lavrar numa “área considerável”.
Pelas 17h30, estavam a ser realizadas “operações de rescaldo”, com 588 operacionais no terreno, apoiados por 176 meios terrestres e três meios aéreos, segundo informação da ANEPC.
De acordo com Paulo Santos, o fogo em Miranda do Corvo resultou em “centenas de hectares de área ardida”.
Segundo o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Coimbra, o incêndio, que deflagrou às 18h22 de sexta-feira, perto da aldeia de Moinhos, “esteve sempre em zona florestal” e não houve casas em risco.
O fogo de Miranda do Corvo lavrou a noite toda, desenvolveu-se numa área de difícil acesso e que tinha disponíveis muitos combustíveis finos, levando Duarte Costa a admitir que a Protecção Civil continua atenta devido ao vento e à falta de humidade relativa nos combustíveis (ervas), o que implica uma vigilância “muito apertada”.
Quanto aos 12 feridos provocados pelos fogos de Sertã e de Miranda do Corvo, Duarte Costa disse que nenhum inspira cuidados.
No combate ao fogo da Sertã ficaram feridos oito bombeiros voluntários, um civil e um elemento da força especial dos bombeiros. Em Miranda do Corvo dois bombeiros voluntários ficaram com ferimentos ligeiros.
Duarte Costa lembrou que o estado especial de alerta entre sexta e domingo “oscila entre o laranja em oito distritos e vermelho em outros 10”, isto é, risco muito elevado de incêndio, com o comandante a insistir na proibição do uso do fogo por parte dos cidadãos.
“Estamos a viver condições atmosféricas adversas com humidade relativa muito baixa e sobretudo muito vento e com constantes alterações de direcções e isso faz com que pequenas ocorrências podem evoluir para incêndio”, destacou o comandante.
Segundo a página na Internet da ANEPC, às 14h00, estavam a combater incêndios rurais 2248 operacionais, apoiados por 661 viaturas e 20 meios aéreos.
Forças Armadas enviam máquinas de rasto para Miranda do Corvo
As Forças Armadas enviaram para Miranda do Corvo duas máquinas de rasto do Exército português e da Força Aérea, para apoiarem na abertura de caminhos que facilitem o acesso dos operacionais que combatem os incêndios nesta localidade.
Em comunicado, o Estado Maior-General das Forças Armadas explica que as máquinas já se encontram a operar e que o apoio surge no seguimento de um pedido da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC).
Com uma tripulação de cinco militares cada, estão empenhados 10 militares, cinco do Exército e cinco da Força Aérea.