Estudantes da U. Minho lançam movimento que pede mais alojamento

Alunos da universidade minhota queixam-se da falta de camas em residências estudantis, pedindo maior cooperação entre municípios e instituições de ensino.

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NELSON GARRIDO / ARQUIVO

A Associação Académica do Minho (AAUM) lançou, esta segunda-feira, 9 de Setembro, o movimento “Uma Pedra Por Mim”, apelando a medidas para “aumentar a oferta pública de alojamento” e “promover a cooperação entre os municípios e instituições de utilidade pública locais”.

No dia em que se assinala o início das matrículas para o novo ano lectivo 2019-20, a AAUM lançou o movimento que pretende que os estudantes da Universidade do Minho (UMinho) depositem uma pedra nos contentores dos campi académicos (Braga e Guimarães), onde podem encontrar um código QR para uma petição online, também lançada esta segunda-feira com as reivindicações dos estudantes.

Segundo referiu o presidente da AAUM, Nuno Reis, no lançamento do movimento, “74% da comunidade estudantil da UM são alunos deslocados (entre 13 a 14 mil) e, desde 1998, não foram criadas camas na rede pública dos Serviços de Acção Social da Universidade do Minho (SASUM), as chamadas residências universitárias, que [actualmente] oferecem 1300 camas, totalmente ocupadas”.

Na sexta-feira a academia já tinha declarado “estado de emergência” nos serviços de acção social por causa da “escassez de alojamento e do aumento do preço das senhas de refeição”, lembrando que o Plano Nacional para o Alojamento Estudantil (PNAES) apresentado pelo Governo previa o aumento de “apenas” seis camas para a Universidade do Minho, todas em Guimarães.

Segundo lembra a AAUM, foi anunciado que no referido plano, através da reabilitação de edificado, seriam criadas ate 2022 cerca de 14 mil novas camas a nível nacional com a requalificação de edifícios, sendo dois desses edifícios em Braga e dois em Guimarães. Lamentando a “falta de informação” sobre a requalificação dos edifícios, a AAUM sugere que “a curto prazo poderiam ser ocupadas camas em instituições de utilidade pública locais, como lares, pousadas da juventude, ou até seminários da Igreja Católica”.

Nuno Reis explica que “a medida seria direccionada principalmente para os estudantes bolseiros deslocados porque as residências estão cheias e, apesar de o Governo ter aumentado para 174 euros o complemento de alojamento, é preciso ver que o valor do mercado está nos 250 euros”.

Para aquele dirigente académico “não faz sentido que um aluno bolseiro, que não tem cama na residência, tenha de pagar do seu próprio bolso para estudar”.

Quanto à petição online, a AAUM pede que “sejam pública e imediatamente clarificados os prazos e estados de conclusão dos empreendimentos propostos no Plano Nacional de Alojamento no Ensino Superior (PNAES) para as cidades de Braga e Guimarães”.

A academia minhota quer ainda, entre outros pontos, “que seja aumentado o Orçamento de Estado para o Ensino Superior, com vista à criação de um Fundo para a construção imediata de residências universitárias públicas” e que “seja promovido o diálogo no sentido da cooperação entre os municípios e instituições de utilidade pública locais com o Governo para a disponibilização imediata de camas para as cidades de Braga e Guimarães”.

À Assembleia da República, os estudantes pedem também que “sejam tomadas diligências para a regularização do preço médio de alojamento no mercado imobiliário circundante aos campi da Universidade do Minho, com base no referencial do valor máximo do complemento de alojamento para o estudante bolseiro, legalmente fixado em 174 euros.