Alunos de Hong Kong formam cordão humano solidário com movimento pró-democracia
O protesto silencioso dos estudantes foi promovido após o Governo de Hong Kong condenar o “comportamento ilegal de manifestantes radicais”.
Milhares de estudantes do liceu formaram, nesta segunda-feira, um cordão humano em várias escolas de Hong Kong em solidariedade com o movimento pró-democracia, após mais um fim-de-semana marcado por violentos confrontos.
O protesto silencioso dos estudantes foi promovido após o Governo de Hong Kong condenar o “comportamento ilegal de manifestantes radicais” e alertar os governos estrangeiros a “não interferirem de forma alguma nos assuntos internos” da região administrativa especial chinesa.
No domingo, milhares de manifestantes promoveram uma marcha pacífica até ao Consulado dos EUA para pedirem o apoio de Washington, mas a violência, à semelhança do que aconteceu ao longo de todo o Verão, acabou por eclodir mais tarde.
Alguns jovens vandalizaram estações de metro, foram responsáveis por vários focos de incêndio no centro da cidade e bloquearam o tráfego, levando a polícia a disparar gás lacrimogéneo e a realizar cargas policiais para dispersar os manifestantes.
O Governo de Hong Kong anunciou na semana passada a retirada formal das emendas à polémica lei da extradição que esteve na base da contestação social desde o início de Junho.
Contudo, os manifestantes continuam a exigir que o Governo responda a quatro outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos; um inquérito independente à violência policial; que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins e, finalmente, a demissão da chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo, o Parlamento de Hong Kong.
A transferência de Hong Kong para a República Popular da China, em 1997, decorreu sob o princípio “um país, dois sistemas”. Tal como acontece com Macau, para aquela região administrativa especial da China foi acordado um período de 50 anos com elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judiciário, com o Governo central chinês a ser responsável pelas relações externas e defesa.
A 1 de Outubro a China celebra a fundação da República Popular e o Governo de Pequim quer Hong Kong pacificada antes da data.