Uma cidadã das Bahamas diz ter resgatado 97 cães durante a passagem do furacão Dorian pelo arquipélago. Chella Phillips, dirigente da Voiceless Dogs of Nassau, uma associação que tem como objectivo ajudar cães vadios da capital das Bahamas, afirma que acolheu em sua casa os animais que resgatou da rua e desde domingo que tem alimentado e cuidado dos quase 100 cães.
Numa publicação no Facebook em que partilha o acontecimento e várias fotografias dos cães que acolheu na sua residência, Chella refere que os últimos dias têm sido “loucos”, “com 97 cães dentro de uma só casa e 79 desses num só quarto”, mas que todos têm respeitado o seu espaço e ainda nenhum “se atreveu” a saltar para cima da cama.
“Barricámo-nos cá dentro, ninguém está seguro do lado de fora. Há música a tocar em todas as direcções da casa e ar condicionada a funcionar para eles. Consegui trazer alguns cães menos afortunados para casa e só tenho a agradecer a alguns de vocês por doarem caixas. Vou precisar delas para os que estão mais assustado e doentes”, lê-se na publicação.
Chella Phillips lamenta ainda que muitas das ilhas afectadas pela passagem do Dorian, que “demorarão muito tempo a recuperar” da tempestade, tenham tantos cães “sem-abrigo” sem nenhum lugar seguro para se abrigar durante a tempestade.
O furacão Dorian, que desde domingo fustiga o arquipélago das Bahamas, já causou pelo menos cinco mortos e 21 feridos. As mortes foram registadas nas ilhas Abacos, o primeiro ponto do arquipélago atingido pelo furacão. Durante esta segunda-feira, os ventos, com velocidade superior a 300 quilómetros por hora, destruíram pelo menos 13 mil casas em várias ilhas, deixando um forte rasto de destruição e fazendo com a população ficasse sem condições de acolhimento adequadas.
Na tarde desta terça-feira, o furacão ficou estacionário ao largo da ilha de Grande Baama, onde vivem cerca de 50 mil pessoas, e passou a ser um furacão de categoria 3 na escala de Saffir-Simpson, que mede a velocidade do vento. Quando atingiu o arquipélago das Bahamas, no domingo, era um furacão de categoria 5 (a mais alta da escala) e apresentava ventos de 297 quilómetros por hora. Nos últimos dias, tem vindo a perder velocidade: desde domingo que abrandou e nas últimas 24 horas moveu-se apenas 20 quilómetros.