Gestação de substituição: “Já não sei se teremos uma lei a tempo de eu poder ser mãe”
O Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA) chegou a receber nove pedidos de recurso à gestação de substituição. Dos dois autorizados, apenas um avançou, mas a avó não conseguiu engravidar. Os restantes oito foram anulados pelo percurso ziguezagueante da lei.
Joana Freire nasceu sem útero e tinha 29 anos e um futuro como técnica de marketing e comunicação ainda a pedir estabilização quando, em Maio de 2016, o Parlamento aprovou a lei que abriu as portas à gestação de substituição. “Nesse dia, eu e o meu namorado saímos para celebrar com a minha irmã que se tinha prontificado para ser a nossa gestante”, recorda. Longe de imaginar que pudesse haver recuo numa vitória que tinha sido tão árdua e longamente negociada, Joana não avançou logo com os papéis porque a irmã estava então grávida da segunda filha e tinha acordado com o namorado que se casariam antes de se tornarem pais. “Agora já não sei se teremos uma lei a tempo de eu poder ser mãe”, entristece-se.
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