Mais de 37 mil judeus estrangeiros pediram passaporte português
Turquia e Israel lideram os pedidos dos 37.731 judeus estrangeiros que em quatro anos pediram nacionalidade portuguesa. Lei que passou a prever a concessão da nacionalidade portuguesa aos descendentes das comunidades judaicas expulsas da Península Ibérica entrou em vigor em 2015.
David Mendoza fala “um português mau, com sotaque brasileiro”. “É um português aprendido maioritariamente a partir da leitura dos documentos da Inquisição”, explica em inglês este britânico de 56 anos que vive e trabalha em Londres como genealogista especializado nos judeus sefarditas que foram expulsos da Península Ibérica nos finais do século XV e inícios do século XVI. Desde que, em Março de 2015, entrou em vigor a lei que confere o direito à nacionalidade portuguesa por naturalização dos descendentes daqueles judeus, os pedidos não param de chegar. Até Junho passado, 7819 descendentes de judeus tinha obtido passaporte português por esta via. Mas estes são apenas uma pequena parcela (20,7%) dos 37.731 pedidos que deram entrada no Instituto dos Registos e do Notariado (IRN) e cujos processos continuam a decorrer.
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