Raphinha, Fernandes e Vietto formaram o triângulo perfeito
Com a melhor exibição da temporada, o Sporting conseguiu uma merecida vitória sobre o Portimonense e termina a terceira jornada da I Liga com um ponto de vantagem sobre Benfica e FC Porto.
O que há três semanas era assumidamente um problema para Marcel Keizer, neste domingo foi a solução para o Sporting em Portimão. O treinador holandês apostou pela primeira vez em jogos oficiais em Luciano Vietto como titular e o “10” mostrou que pode ser compatível com Bruno Fernandes: o argentino e o português formaram com Raphinha um triângulo perfeito e foram decisivos no triunfo dos “leões” na casa do Portimonense. Com a merecida vitória no Algarve, por 1-3, os sportinguistas terminam a 3.ª jornada da I Liga com um ponto de vantagem sobre Benfica e FC Porto.
Ainda sem uma exibição convincente em 2019-20, mas com um importante triunfo na jornada anterior sobre o Sp. Braga, o Sporting tinha um jogo de risco em Portimão. Com a lição bem estudada, Marcel Keizer lembrou na véspera o resultado da época passada dos “leões” (derrota por 4-2, ainda com Peseiro no comando), e começou a mudar o discurso em relação à compatibilidade entre Vietto e Bruno Fernandes. Na ressaca da goleada sofrida na Supertaça, o holandês tinha dito que colocar os dois no “onze” podia trazer “problemas”, mas com Bas Dost descartado e Diaby sob fogo cerrado dos adeptos, Keizer não teve outra opção: Vietto foi titular pela primeira vez em jogos oficiais e Bruno Fernandes voltou a descair para a esquerda.
A escolha do holandês acarretava riscos, mas os problemas do Sporting desapareceram ao 2m02s: uma grande jogada de Raphinha terminou no mais rápido golo da prova até ao momento. Menos de três minutos depois, Vietto e Bruno Fernandes foram compatíveis e o português ofereceu um golo fácil a Luiz Phellype. O Sporting parecia ter encontrado a fórmula mágica.
Mas os algarvios ainda não tinham ido ao tapete e, tal como os “leões”, precisaram de uma oportunidade para marcar. Se na frente os avançados “leoninos” mostravam eficácia, atrás Mathieu cometia um erro de principiante. Antes de se cumprir o oitavo minuto, o francês derrubou Castilho na área e Rômulo aproveitou o penálti para reduzir.
O jogo estava descontrolado e quase de seguida foi a vez de Carlos Xistra assumir o protagonismo. Aos 10’, o árbitro assinalou uma falta de Pedro Sá sobre Luiz Phellype fora da área, mas após consultar as imagens corrigiu a decisão e marcou penálti. Quando Bruno Fernandes se preparava para cobrar o castigo, Xistra recuou e, por indicação do videoábitro, voltou a consultar as imagens. Decisão final? Falta de Thierry Correia no início da jogada.
A interrupção serviu para colocar um travão no ritmo, mas a qualidade manteve-se. Com as duas equipas de olhos nas balizas adversárias, Ricardo Ferreira e Renan tinham pouco tempo para respirar e a primeira parte terminou com mais uma grande oportunidade para cada lado: aos 37’, Willyan evitou quase sobre a linha que Bruno Fernandes marcasse; aos 39’, Castilho falhou por poucos centímetros a baliza.
Após o intervalo, o jogo continuou dividido. Vietto estava em bom plano e ameaçou o golo num par de ocasiões, mas o Portimonense também criava perigo e Folha lançou Jackson Martínez. O colombiano era mais uma ameaça para Keizer, mas a classe de Bruno Fernandes e Raphinha voltou a tranquilizar o holandês: o passe do português voltou a ser meio golo e o brasileiro bisou pela segunda vez contra o Portimonense - o extremo já tinha marcado dois golos aos algarvios pelo V. Guimarães.
A partir daí, o Sporting teve sempre o jogo sob controlo e esteve perto da goleada, mas mais uma excelente jogada entre Vietto e Raphinha não foi aproveitada pelo brasileiro, que perdeu a hipótese de completar o primeiro hat-trick em Portugal.