Lusodescendente vence prémio da Google com método para retirar microplásticos dos oceanos
Fionn Ferreira, de 18 anos, foi premiado na Google Science Fair 2019 pela criação de um método para travar a poluição dos oceanos. O estudante acredita que a tecnologia que inventou pode remover, pelo menos, 87% dos microplásticos das amostras de água.
“Um estudante motivado” que se orgulha de poder “comunicar ciência”: é assim que se descreve na sua página do Linkedin Fionn Ferreira, o lusodescendente vencedor do concurso da Google Science Fair 2019. Com um projecto que visa remover os microplásticos dos oceanos, o jovem irlandês ganhou um prémio de 45 mil euros, numa cerimónia que decorreu na sede internacional da Google em Mountain View, Califórnia.
Num evento global que envolve alunos dos 13 aos 18 anos, e que contou com a participação de 100 estudantes, o jovem destacou-se por apresentar um método de extracção de dez tipos diferentes de microplásticos, atraídos por ímanes e retirados da água. A concentração de plásticos antes e depois do processo foi medida através da utilização de um espectrómetro caseiro e um microscópio. Esta metodologia é uma nova oportunidade para rastrear microplásticos, antes que os mesmos sejam confundidos com alimento pelos peixes e outros seres marinhos.
Após realizar milhares de testes, Fionn Ferreira disse ao The Irish Times que o seu projecto pode remover, no mínimo, 87% dos microplásticos das amostras de água. “Estou ansioso para aplicar as minhas descobertas e contribuir para uma solução no combate aos microplásticos nos oceanos de todo o mundo”, declarou.
Os microplásticos, partículas que têm um tamanho inferior a cinco milímetros de diâmetro, são considerados pequenos para filtragem ou triagem durante o tratamento de águas residuais. Entrando nos cursos de água, são praticamente impossíveis de remover por filtragem. Sabe-se que os peixes mais pequenos comem microplásticos e, como peixes maiores comem peixes menores, esses microplásticos estão concentrados em espécies de peixes de maior dimensão, consumidos pelo ser humano.
Para além de ser curador no planetário irlandês Schull Planetarium, Fionn Ferreira, de 18 anos, fala fluentemente três idiomas, venceu 12 competições em feiras de ciência, toca trompete numa orquestra e tem um planeta menor com o nome dele – uma homenagem do Laboratório Lincoln do MIT, em Massachusetts, nos Estados Unidos. Agora, quer ingressar no ensino universitário, na Holanda.