FC Porto terá de começar pela via mais longa e mais difícil

“Dragões” vão defrontar o FK Krasnodar na terceira pré-eliminatória de acesso à Liga dos Campeões. Confrontos entre o vice-campeão português e o 3.º classificado da liga russa serão a 7 e a 13 de Agosto.

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Uma longa deslocação é o que espera o FC Porto na terceira pré-eliminatória da Champions LUSA/SALVATORE DI NOLFI

Club Brugge, Istambul Basaksehir, LASK Linz ou FK Krasnodar? O início do percurso do FC Porto na tentativa de chegar pelo nono ano consecutivo à fase de grupos da Liga dos Campeões tinha quatro direcções possíveis e o italiano Giorgio Marchetti colocou os “dragões” na via mais longa e, teoricamente, mais difícil. No sorteio da terceira pré-eliminatória de acesso à “Champions”, as bolas retiradas pelo director de competições da UEFA colocaram no caminho do FC Porto o FK Krasnodar, 3.º classificado da liga russa que está com uma preparação mais avançada e mantém a estrutura da época passada.

Muito provavelmente, era a deslocação mais indesejada por Sérgio Conceição, mas será a 7 de Agosto, na cidade russa de Krasnodar, bem próxima do mar Negro, que o treinador do FC Porto vai efectuar o primeiro jogo oficial de 2019-20. Dos quatros possíveis rivais para os portistas na terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões, o clube do Sul da Rússia é o único que já se encontra a competir a nível oficial e após uma época excelente – terminou empatado com o 2.º no campeonato e foi afastado nos descontos pelo Valência na Liga Europa -, sofreu poucas alterações no seu plantel.

Com um estádio de excelente qualidade – a exclusão de Krasnodar do mapa do Mundial 2018 gerou polémica na Rússia -, os “touros” têm tido uma ascensão meteórica, mérito dos muitos milhões de rublos investidos pelo oligarca russo Sergey Galitsky. Com o apoio do multimilionário de 51 anos, o FK Krasnodar foi fundado em 2008 e, com generosas injecções de capital, rapidamente escalou até ao topo da hierarquia do futebol russo: em 2011-12 já estava a competir na principal liga da Rússia.

Alcançada a elite, o projecto do FK Krasnodar tem revelado consistência - nas últimas seis épocas ficou sempre no top 5 - e a última temporada foi a melhor da curta história do clube. Para além do 3.º lugar no campeonato com os mesmos pontos do vice-campeão Lokomotiv, o FK Krasnodar derrotou o Sevilha na fase de grupos da Liga Europa, afastou o Bayer Leverkusen nos 16-avos-de-final da mesma prova e esteve a escassos segundos de eliminar o Valência nos “oitavos": após uma derrota em Espanha (2-1), os russos foram afastados em casa por um golo de Gonçalo Guedes, no minuto 93 (1-1).

Para além dos indispensáveis milhões de Sergey Galitsky, 617.º na lista da Forbes dos mais ricos do Mundo, muito do mérito do sucesso na última época do clube pertence a Murad Musaev. Natural de Krasnodar, Musaev era o treinador dos juniores dos “touros” até Abril de 2018, altura em que Galitsky despediu Igor Shalimov e entregou ao jovem técnico o comando da equipa principal do FK Krasnodar. Poucos meses depois de festejar o seu 34.º aniversário, Musaev era lançado às feras e teve uma estreia bem complicada: deslocação a Saint Petersburgo para defrontar o Zenit, treinado por Roberto Mancini. Musaev, no entanto, passou no teste - vitória por 2-1 - e deu início a uma boa ponta final de campeonato, onde conseguiu fazer o FK Krasnodar subir ao 4.º lugar, a apenas seis pontos do campeão Lokomotiv.

A forma consistente como o adversário dos portistas tem consigo consolidar o seu lugar no top 5 do futebol russo explica-se, também, pela estabilidade que tem havido no seu plantel. E esse pode ser um dos principais problemas para o FC Porto. Ao contrário de Conceição, que perdeu uma mão cheia de habituais titulares e está a reconstruir um “onze”, Musaev terá uma equipa de continuidade.

Da época passada, o FK Krasnodar perdeu apenas dois habituais titulares – Charles Kaboré e Mauricio Pereyra terminaram contrato​. Para os seus lugares, chegaram o russo Ruslan Kambolov, o dinamarquês Younes Namli, o holandês Tonny Vilhena, o sueco Marcus Berg e o brasileiro Kaio Pantaleão, que jogava no Santa Clara. Entre saídas e entradas, os russos parecem sair a ganhar, mas há, no entanto, boas notícias para o FC Porto. O russo Yury Gazinsky e o sueco Viktor Claesson, ambos internacionais e dois dos jogadores mais importantes para Musaev na época passada, estão a recuperar de lesões graves e estarão fora do confronto que apurará “dragões” ou “touros” para o play-off de acesso à Liga dos Campeões.

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