Dos The Cure a Jorja Smith. Dos Vampire Weekend aos Idles: Nos Alive começa esta quinta-feira
Esta quinta-feira começa a 13.ª edição do Festival Nos Alive. Os grandes cabeças de cartaz vão ser The Cure, Vampire Weekend e Smashing Pumpkins, mas os outros palcos do recinto escondem algumas surpresas.
O Passeio Marítimo de Algés, em Lisboa, está preparado para receber esta quinta-feira a 13.ª edição do Festival Nos Alive (fundado em 2007, como Oeiras Alive) com concertos ao longo dos seus seis palcos: Palco Nos, Palco Sagres, Palco Nos Clubbing (dedicado à música electrónica), EDP Fado Café (dedicado a artistas do fado e onde, todos os dias, irá receber o tributo ao icónico músico português, António Variações, com o actor Sérgio Praia, que também faz de Variações no seu filme homónimo a estrear-se a 22 de Agosto, a dar a voz à banda de tributo), Palco Coreto by Arruada (palco dedicado a talentos emergentes da música portuguesa) e Palco Comédia (que vai ter actuações de stand-up e de música ligada ao humor, por exemplo, Ena Pá 2000 e Eduardo Madeira & Manuel Marques).
O maior nome do primeiro dia são os britânicos The Cure (00h10), banda fundamental no movimento gótico e no género pós-punk e autores de músicas como Friday I’m In Love ou Just Like Heaven. A banda liderada pelo inconfundível Robert Smith, que regressa a Portugal depois de uma actuação no Altice Arena em 2016, está a celebrar o 30.º aniversário de um dos seus álbuns de maior sucesso, Disintegration, e está a preparar o lançamento do seu primeiro álbum desde 2008, aguardado antes do final do ano.
Ainda no primeiro dia, o palco principal vai receber os escoceses Mogwai (22h30), uma das bandas mais influentes do género pós-rock, que regressam a Portugal depois de terem estado no Nos Primavera Sound em 2018, o exclusivo regresso aos palcos dos Ornatos Violeta (20h45), que apenas vão dar três concertos em 2019 (para além deste, Marés Vivas a 20 de Julho e Festival F a 6 de Setembro de forma a celebrar o 20.º aniversário do seu segundo e último álbum O Monstro Precisa de Amigos), a banda de culto de rock alternativo Weezer (19h20), liderada por Rivers Cuomo, que este ano editou dois álbuns homónimos, um de covers (também conhecido por Teal Album) e outro de originais (Black Album) e ainda os portugueses Linda Martini (18h), que no ano passado lançaram o seu quinto álbum, Linda Martini.
No palco Sagres, destaque para Hot Chip (3h), banda britânica de synth-pop que está a apresentar o seu mais recente álbum, A Bath Full of Ecstasy, a estreia nacional de Jorja Smith (21h50), um dos nomes mais aclamados do R&B moderno e que no ano passado cancelou a sua actuação no Super Bock Super Rock, e para a norte-americana Sharon Van Etten (18h50), que regressou este ano à música com o excelente Remind Me Tomorrow após um hiato que durava desde 2014.
Nesse mesmo dia ainda é possível ver no Palco Nos Clubbing Stereossauro (1h15), autor do aclamado Bairro da Ponte, e no Palco Coreto os jovens valores portugueses Jasmim (17h20), Sunflowers (18h30), Ricardo Toscano (19h50), Solar Corona (21h15) e Vaarwell (22h50)
Os Vampire Weekend (23h), um dos maiores nomes do indie rock do séc. XXI, são os cabeças de cartaz do segundo dia do festival e apresentam o seu bastante elogiado novo álbum, Father of the Bride, que tem estado em alta rotação nas rádios nacionais. Nesse dia, ainda sobem ao palco Nos os lendários Primal Scream (19h50), autores de álbuns como Screamadelica ou XTRMNTR, e que regressam a Portugal depois de no ano passado terem oferecido um dos melhores concertos do Vilar de Mouros, os Greta Van Fleet (21h20), alvos de discórdia por parte dos fãs devido ao seu estilo “semelhante” aos Led Zeppelin, e o veterano Perry Farrell (18h15), vocalista em bandas como Jane's Addiction ou Porno For Pyros.
O trio australiano de indietronica Cut Copy (2h40), a diva jamaicana Grace Jones (meia-noite), a nova sensação da guitarra eléctrica Tash Sultana (21h45) e o ex-guitarrista dos Smiths, Johnny Marr (20h15) são alguns dos nomes que vão actuar no Palco Sagres. Dillaz (22h30) e Plutónio (21h10), nomes fortes do hip-hop português, vão estar presentes no palco Clubbing.
No último dia do festival, o regresso dos Smashing Pumpkins (23h30), com 3/4 da sua formação original (apenas fica a faltar a baixista D'arcy Wretzky) e com o disco lançado no ano passado, Shiny and Oh So Bright, Vol. 1 / LP: No Past. No Future, será sem dúvida um dos nomes que vai arrastar mais público para o Passeio Marítimo de Algés. Depois da banda liderada pelo controverso Billy Corgan, cabe a um dos maiores nomes da música electrónica, The Chemical Brothers (1h30), encerrar as actuações do Palco Nos com boa disposição e uma grande descarga de energia ao som das músicas do seu álbum mais recente, No Geography. Ainda no palco principal estará o americano mestre do indie folk Justin Vernon, mais conhecido como Bon Iver (21h20), e os portugueses The Gift (17h).
No entanto, o Palco Sagres guarda alguns concertos bem interessantes, nomeadamente a estreia a solo em Portugal de Thom Yorke, vocalista dos Radiohead, que lançou no final de Junho o seu terceiro álbum de originais, ANIMA, e os ingleses Idles que no seu segundo álbum, lançado no ano passado, Joy As An Act of Resistance, conseguem passar nas suas letras mensagens positivas de amor, aceitação pessoal e posições contra o “Brexit”, a homofobia, o racismo e a masculinidade tóxica, através da violência punk da sua música.
Um festival inclusivo
Esta edição do Nos Alive vai continuar a apostar na criação de infra-estruturas que procuram melhorar a acessibilidade a pessoas de mobilidade condicionada, explicou o director e criador do festival, Álvaro Covões. O Nos Alive, recorda Álvaro Covões, foi também o primeiro festival a ter uma zona exclusiva para futuras mães, tendo sido criada uma área, em parceria com a Associação Nacional de Farmácias, com uma bancada que permite às grávidas assistirem aos concertos sentadas em segurança — “sem levar cotoveladas”, rematou Covões.
O Nos Alive vai acontecer entre os dias 11 e 13 de Julho e ainda tem bilhetes disponíveis para venda nos locais do costume.
Texto editado por Maria Paula Barreiros