Sul da Califórnia prepara-se para um terceiro sismo
Cientistas dizem que “há uma probabilidade em dez” de acontecer outro sismo de magnitude 7. A região da cidade de Ridgcrest, perto do deserto do Mojave, está em alerta máximo.
Depois de dois tremores de terra em dois dias, um de 6,4 graus na escala de Richter seguido, 36 horas depois, de um de 7,1, especialistas alertam para probabilidades altas de que venha a acontecer um novo sismo, e possivelmente tão forte como os anteriores.
“Há uma probabilidade de um em dez que tenhamos outro de 7 nesta sequência”, disse ao diário Los Angeles Times a sismologista Lucy Jones. E uma probabilidade de 8% a 9% de ultrapassar mesmo a magnitude 7, notou.
Mais provável, acrescentou Jones, será um tremor de terra com uma intensidade de 5 ou superior: “Seria muito pouco habitual se não tivéssemos outro de 5” durante a próxima semana.
A explicação é que a falha que está a originar os sismos “está a crescer”, disse Jones — tem agora entre 40 e 48 km, indicou a sismologista.
Jones disse ainda ao Guardian que os últimos 20 anos foram uma anomalia na zona: “Este é o primeiro sismo de magnitude 6 que temos em 20 anos. É o maior intervalo de sempre”, sublinhou. Por isso, é de esperar um regresso À normalidade, o que quer dizer mais sismos com maior intensidade. “Há grandes hipóteses de nos próximos cinco anos termos mais sismos do que temos tido nos últimos cinco anos.”
Ao entardecer de sexta-feira, o sismo de 7,1 atingiu a cidade de Ridgecrest perto do deserto do Mojave, com uma força oito vezes superior ao que tinha atingido a mesma zona 34 horas antes, nota o diário britânico The Guardian. Após o sismo foram registadas mais de 600 réplicas.
Este foi o maior sismo registado no Sul da Califórnia em mais de duas décadas. Em 1994, um sismo de 6,7 atingiu uma área mais povoada e provocou 57 mortes.
O epicentro foi a cerca de 40 quilómetros de Ridgecrest e sentiu-se até em Las Vegas, a quase 400 quilómetros (levando mesmo à interrupção de um jogo da NBA entre os New York Knicks e os New Orleans Pelicans), e até no México.
O abalo danificou edifícios, causou rupturas em condutas de gás e provocou incêndios.
O alerta dos serviços de emergência mantinha-se no nível máximo, e o director, Mark Ghilarducci, reconheceu o desafio de levar ajuda à zona de maior impacto, remota e de difícil acesso, quando se esperam novos sismos. “Isto não é uma coisa que se vá resolver já de seguida”, alertou.