Tancos: Azeredo Lopes proibido de contactar Rovisto Duarte e ex-chefe de gabinete

Além de não poder contactar com o seu ex-chefe de gabinete e com o antigo Chefe do Estado-Maior do Exército, também está impedido de o fazaer com os outros arguidos do processo que junta as investigações ao desaparecimento do armamento e à sua recuperação.

Foto
General Rovisco Duarte cumprimenta José Azeredo Lopes na tomada de posse do novo director-geral da PJM em Outubro de 2018 Rui Gaudêncio

O ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes está proibido de contactar com os outros arguidos do caso do furto em Tancos e com o seu ex-chefe de gabinete e com o antigo chefe de Estado-Maior do Exército.

Fonte ligada ao processo disse à Lusa que, Azeredo Lopes, constituído na quinta-feira arguido no processo sobre o furto de armas nos paióis de Tancos, ficou proibido, pelo juiz, de contactar com os restantes arguidos do processo e também com o seu antigo chefe de gabinete, general Martins Pereira, com o ex-chefe de Estado-Maior do Exército (CEME) general Rovisco Duarte e ainda com o ex-chefe de gabinete do CEME.

O ex-responsável pela Defesa, que se demitiu do cargo a 12 de Outubro de 2018, está indiciado por denegação de justiça e prevaricação, segundo a mesma fonte. O furto de material de guerra foi divulgado pelo Exército em 29 de Junho de 2017 e a 18 de Outubro desse mesmo ano a Polícia Judiciária Militar (PJM) revelou o aparecimento do material furtado, na região da Chamusca, a 20 quilómetros de Tancos, em colaboração com elementos do núcleo de investigação criminal da GNR de Loulé.

Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e uma grande quantidade de munições.

As suspeitas

O processo de recuperação do material militar levou a uma investigação judicial em que foram detidos o agora ex-director da PJM Luís Vieira, entretanto libertado, e o ex-porta-voz da PJM Vasco Brazão, que se encontra com uma medida de obrigatoriedade de permanência na habitação.

O processo-crime sobre Tancos tem na base suspeitas de associação criminosa, tráfico de armas e terrorismo no furto do armamento, tendo a PJ detido, a 25 de Setembro de 2018, nove pessoas, das quais oito militares do exército e da GNR.