Pedro Silva Pereira eleito um dos vice-presidentes do Parlamento Europeu

Eurodeputado socialista foi o segundo mais votado, com 556 votos. O PE tem 14 vice-presidentes.

Foto
Pedro SIlva Pereira Nelson Garrido

O eurodeputado socialista Pedro Silva Pereira foi esta quarta-feira eleito um dos vice-presidentes do Parlamento Europeu (PE), cargo que encara como “uma trincheira para defender a democracia europeia” e para “reforçar a instituição”.

Silva Pereira foi o segundo candidato mais votado, de um total de 17, tendo obtido 556 dos 702 votos expressos, bem acima da maioria absoluta necessária (331). O PE tem ao todo 14 vice-presidentes.

“Estou naturalmente muito satisfeito com a votação, dificilmente podia ter sido melhor”, disse o eurodeputado socialista à imprensa, acrescentando que a eleição “valoriza a voz de Portugal na Europa” e é “um importante reconhecimento internacional do trabalho” que tem desempenhado no PE.

“Vejo a vice-presidência como uma importante trincheira para defender a democracia europeia. As negociações dos últimos dias mostram bem como precisamos de valorizar a democracia europeia e de reforçar o PE para que a vontade política dos cidadãos expressa nas eleições tenha consequência nas decisões políticas da construção europeia”, afirmou.

Silva Pereira considerou ainda que a eleição “é um sinal de prestígio para Portugal” numa altura em que o país “tem um papel no processo de construção europeia”, como ocorreu nas negociações dos últimos dias para a nomeação dos cargos de topo na União Europeia (UE), em “que o primeiro-ministro, António Costa, esteve no centro da contribuição de soluções políticas para o futuro”.

Questionado sobre a solução encontrada, Silva Pereira, no PE desde 2014, considerou que o entendimento político alcançado no Conselho Europeu “é bastante frágil” e tem ainda “um longo caminho pela frente”, que passa nomeadamente pela votação da presidente indicada para a Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no Parlamento Europeu.

Von der Leyen foi nomeada na terça-feira para a presidência da Comissão Europeia, no âmbito de um acordo entre as três maiores famílias políticas europeias – conservadores, socialistas e liberais –, solução encontrada depois da rejeição pelos conservadores europeus de uma proposta prevendo a designação do socialista holandês Frans Timmermans, candidato principal dos socialistas, como presidente da Comissão Europeia, e de Manfred Weber, candidato principal dos conservadores, para a presidência do PE.

O eurodeputado foi ainda questionado sobre críticas da direita segundo as quais o PS tinha “escondido” Silva Pereira durante a campanha para as eleições europeias de 26 de Maio, críticas que assegurou serem “uma historieta” e “simplesmente uma história mal contada”.

“A comunicação social optou por acompanhar essencialmente os cabeças de lista e eu estive com o cabeça de lista [Pedro Marques] em vários momentos da campanha. Portanto, isso é apenas uma historieta de campanha eleitoral, alimentada por uma oposição, que não tem nenhuma correspondência com a realidade”, disse.

Pedro Silva Pereira é o oitavo português a ocupar uma vice-presidência do Parlamento Europeu, desde as primeiras eleições directas, em 1979, depois de Francisco Lucas Pires (CDS), António Capucho, Rui Amaral, Pacheco Pereira (os três do PSD), João Cravinho, António Costa e Manuel dos Santos (os três do PS).