Divergências e receios sobre as tensões comerciais à mesa do G20
Líderes continuam sem alcançar um acordo sobre a reforma da Organização Mundial do Comércio.
Vários líderes do G20 mostraram-se preocupados com as tensões comerciais a nível mundial e com as consequências dessa imprevisibilidade no crescimento mundial, disseram os representantes do Japão e da Rússia no final do encontro desta sexta-feira, citados pela Reuters depois do primeiro de dois dias de reunião em Osaka, no Japão.
Sem surpresa, permanecem as divergências em relação a questões centrais sobre a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC). O ministro da Economia da Rússia, Maxim Oreshkin, disse que não há um acordo comum sobre a OMC.
Numa reacção às primeiras notícias de Osaka, as bolsas asiáticas fecharam em baixa.
Yasutoshi Nishimura, vice-secretário de gabinete do Japão, disse que os líderes das vinte maiores economias do mundo falaram sobre como responder a desafios comuns para promover o livre comércio e retomar as negociações sobre a organização do comércio. Mas quanto a esta matéria parecem não existir avanços concretos. Outro tópico de difícil consenso é a luta contra as alterações climáticas.
A pairar sobre este G20 está a guerra comercial entre os Washington e Pequim, os sinais de desaceleração da economia global e o conflito retórico entre Estados Unidos e Irão.
“À medida que as tensões comerciais aumentam, há riscos negativos para a economia global. Com esse pano de fundo, os líderes do G20 concordaram em impulsionar o crescimento global”, afirmou Nishimura aos jornalistas, citado pela Reuters.
Depois da reunião bilateral desta sexta-feira entre o presidente norte-americano, Donald Trump, e o presidente russo, Vladimir Putin – marcada pela frase de Trump “Não interfiras nas eleições” –, as atenções viram-se para o encontro entre os chefes de Estado norte-americano e chinês, marcado para sábado. Negociar tréguas na guerra comercial depois da escalada dos dois lados e procurar uma aproximação que permita um acordo, são cenários que permanecem em aberto para o encontro entre Donald Trump e Xi Jinping.
Como país anfitrião, o Japão tem procurado aproximações sobre as questões comerciais e, de acordo com a Reuters, tem trabalhado num comunicado que defenderá a “promoção do livre comércio” para se poder alcançar um forte crescimento global. Sem grande sucesso, Tóquio tem procurado amortecer as divisões emergentes entre os vários elementos do G20 sobre várias matérias, incluindo o comércio.