João Félix prestes a fazer disparar vendas do Seixal para os 378 milhões

Negócio entre Benfica e Atlético Madrid, que já confirmou contratação de Llorente, representará a maior venda de sempre em Portugal.

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LUSA/JOSÉ COELHO

A pretensão de Luís Filipe Vieira de formar um Benfica com a espinha dorsal da academia do Seixal tem sido comprometida por razões que têm mudado ao longo dos últimos anos, mas é inequívoco que o clube tem rentabilizado como nunca o talento da sua formação. A confirmar-se a venda de João Félix ao Atlético Madrid, por 120 milhões de euros, os “encarnados” elevam para 380 os milhões amealhados com o talento das camadas jovens desde que o actual presidente tomou posse.

A oficialização do negócio ainda não tem data prevista e o facto de o Barcelona estar à espera do final do mês para fechar a contratação de Antoine Griezmann poderá fazer o anúncio resvalar para Julho. É que, apesar de já ter anunciado o adeus aos “colchoneros, o avançado francês verá o valor da sua cláusula de rescisão baixar de 200 para 120 milhões de euros a partir de 30 de Junho, o que torna altamente provável que só então assine em definitivo pelo campeão espanhol.

Tendo em conta que a operação de engenharia financeira montada pelo Atlético para resgatar João Félix estará directamente ligada ao encaixe decorrente da saída de Griezmann, percebe-se que o avançado português ainda não tenha sido apresentado, apesar de ter estado há dias reunido, em Madrid, com o líder da Gestifute, Jorge Mendes.

Diego Simeone, técnico dos “colchoneros”, já admitiu, de resto, que o jovem do Benfica “é uma das opções” para reforçar o plantel. “Estamos a trabalhar nisso, historicamente o Atlético compra jogadores para depois desenvolvê-los”, declarou à Fox Sports, confirmando as negociações por um avançado que terá convencido definitivamente o argentino com a exibição e o hat-trick alcançados diante do Eintracht Frankfurt, na primeira mão dos quartos-de-final da Liga Europa.

De resto, o momento no Wanda Metropolitano é de compor o plantel. É que, para além da saída de Griezmann, o médio Rodrigo também deixará Madrid e os “colchoneros” já anunciaram ontem o acordo para a contratação de Marcos Llorente ao Real Madrid, a troco de 40 milhões de euros. Falta apenas o médio superar os exames médicos.

Enquanto não acontece o mesmo com João Félix, o Benfica vai fazendo contas à vida — no sentido desportivo e financeiro. No primeiro plano, o avançado espanhol Raúl de Tomás está praticamente garantido para a próxima época, num negócio com o Real Madrid que poderá chegar os 20 milhões de euros. No segundo, o clube prepara-se para elevar para 183 milhões de euros o bolo das vendas só na presente temporada, juntando Félix, Raúl Jiménez (Wolverhampton) e Luka Jovic (Eintracht Frankfurt/Real Madrid).

Se olharmos somente para o pecúlio gerado pelo Seixal, os números também são generosos: desde 2014, o Benfica já fechou vendas no valor de 260 milhões, total que dispara para os 380 com a saída de João Félix. Entre os jogadores da academia que hoje competem noutras paragens, destacam-se Ederson (40 milhões), Lindelof e Renato Sanches (35 cada), Gonçalo Guedes (30) e, claro, Bernardo Silva (15,8).

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