Maternidade de Portimão volta a fechar no dia em que utentes exigem mais médicos
Entre as 17h desta quarta-feira e as 9h de quinta-feira apenas ficam assegurados “os partos iminentes e/ou emergentes”. É a segunda vez no espaço de duas semanas que a maternidade do Hospital de Portimão encerra por falta de médicos pediatras.
A maternidade do Hospital de Portimão (Algarve) encerrou às 17h desta quarta-feira por falta de médicos pediatras, no dia em que um grupo de 50 pessoas se manifestou para exigir melhores cuidados de saúde.
Numa nota escrita enviada à agência Lusa, a administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), que integra os hospitais de Lagos, Portimão e de Faro, informou que, “devido à falta de médicos pediatras, ficam apenas assegurados os partos iminentes e/ou emergentes, entre as 17h desta quarta-feira e as 09h de quinta-feira, na maternidade do Hospital de Portimão”.
Segundo o CHUA, a situação “deve-se ao facto de não ser possível garantir o apoio de pediatra com competências na área da neonatologia na referida unidade”.
De acordo com a administração hospitalar, as mulheres em trabalho de parto com condições para serem transferidas em segurança serão encaminhadas para o Hospital de Faro.
“Neste período, também as parturientes de risco serão transferidas para Unidade Hospitalar de Faro, uma vez que é nesta unidade que se encontra a maternidade mais diferenciada, com uma unidade de cuidados intensivos neonatais integrada”, sublinha a nota do CHUA, acrescentando que, no mesmo período, “apenas se realizarão os partos iminentes e/ou emergentes”.
O fecho da maternidade até às 09h de quinta-feira, o segundo em menos de duas semanas, ocorre no dia em que a comissão de utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) de Portimão marcou uma vigília de protesto contra o encerramento daquele serviço.
Cerca de 50 pessoas concentraram-se à porta da unidade hospitalar, “para demonstrar o descontentamento pelo fecho da maternidade e exigir melhores condições de saúde”.
Alguns dos manifestantes disseram à Lusa que “a situação não se pode manter, porque coloca em causa a vida dos pacientes, sendo necessário que o Governo faça alguma coisa para acabar com este problema”.
“Exigimos que sejam admitidos médicos e lhes dêem condições para assegurar serviços de saúde eficazes para as populações”, destacaram os representantes do movimento cívico.
A administração da entidade gestora dos hospitais do Algarve do SNS assegurou que “tem feito tudo o que está ao seu alcance no sentido de garantir as escalas, nomeadamente através do pedido de cedência temporária ou estabelecimento de protocolos para médicos pediatras junto de hospitais do SNS, do recurso a empresas de prestação de serviços médicos e, ainda, através da abertura de vários concursos de admissão de médicos, os quais têm ficado desertos por falta de candidatos”.
É a segunda vez no espaço de duas semanas que a maternidade do Hospital de Portimão encerra por falta de médicos pediatras para garantir as escalas, serviço que esteve encerrado durante o fim-de-semana prolongado (entre as 16h30 do dia 7 e as 09h do dia 11 de Junho).
Segundo o CHUA, está a decorrer um concurso nacional para admissão de pessoal médico para a área hospitalar, encontrando-se abertas duas vagas para pediatras para o Centro Hospitalar Universitário do Algarve.